03 setembro 2005

Já é tempo...

Já passou o tempo de negar uma única maneira de ver o mundo.
Já passou o tempo de ver que o sistema econômico e político que vivenciamos neste momento histórico se esgotou. Já é chegada a hora do sonho fazer parte da realidade,e que este sonho não se submeta aos desejos materiais ,único em voga nos dias de hoje.
É chegada a hora das classes médias se despirem do manto da ilusão da aspiração de ascenção de classe como única motivadora da vida.
É chegada a hora de prevalecer as tradições eminentemente populares dos humildes em detrimento da indústria cultural que nos empurra, guela à dentro ,o lixo capitalista.
É chegada a hora, já é tempo de ver o ser humano se tornar verdadeiramente senhor da aldeia global que se formou em torno do papel moeda, a maior das ficções impostas pelos donos do Capital,responsáveis pela grande anestesia cerebral chamada de vida.
Já é tempo de enchergarmos os poetas como dirigentes do novo sistema tendo os educadores como primeiros ministros do novo mundo sem hierarquias, a não ser aquelas que o esforço do pensar,conhecer e estudar permitir. "Dancemos todos,dancemos,amadas,Mortos, amigos,dancemos todos até não mais saber-se o motivo ...Até que as paineiras tenham por sobre os muros florido!"

O QUE O VENTO NÃO LEVOU

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento....

(Mario Qintana)