29 julho 2006

TERRA E LIBERDADE.


Não existe país do mundo com tantos latifúndios na História da humanidade como o Brasil. Dos proprietários rurais, 1,9% é dono de 54,64% das terras agricultáveis. É o país com maior concentração de terras do mundo, e este sistema que gera o êxodo é o principal causador da violência nas grandes cidades. O conteúdo da violência possui origens nos milhões que fogem para as cidades e ficam sem o abrigo do Estado, que se preocupa mais em financiar o grande Capital financeiro e o Agro-negócio, novo nome , nova máscara do latifundiário. Os perdões das dívidas dos grandes proprietários de terra é comum entre todos os governos da nossa "república dos sem-vergonhas". O governo Lula se apoiou politicamente nos votos da bancada ruralista(180 votos) em troca da sustentabilidade de sua política de favorecimentos do Capital financeiro. A reforma-agrária, sob a batuta de Lula, não passou de retórica e a violência no campo brasileiro cresce na medida que não é encaminhada uma política séria de distribuição e financiamento para os sem-terra. A justiça brasileira, cega e sem tato, privilegia a manutençaõ desta realidade , onde processos de desapropriação, podem levar até 15 anos, mesmo que os processos sejam referentes à terras improdutivas. A lei não é neutra nem sagrada, segue no Brasil atendendo aos interesses de classe , e como já sabemos, não é a classe trabalhadora que se beneficia com ela. Os meios de comunicação em consonância com o modelo econômico, pois se beneficia com ele, atende às expectativas da ordem econômica e social e possui historicamente, relações libidinosas e asquerosas com o poder . Cabe aos meios de comunicação anestesiar corações e mentes com notícias , programas e publicidades que escondem e manipulam descaradamente informações a respeito da verdadeira realidade do povo brasileiro.
Mais do que votar em homens , precisamos saber que programas defendem, pois eles , ao contrário do que se imagina, são cumpridos criteriosamente, pois são eleitos pelas plataformas econômicas elaboradas pelo grande Capital financeiro e pela burguesia brasileira, que como cachorrinhos, abanam o rabo em baixo das mesas onde se refastelam em banquetes os "donos do mundo", em busca de migalhas e de associação nos negócios. A questão da terra no Brasil não pode ser enfrentada por Lula e Alkcimim, pois representam ,em seus programas, a continuidade.
A questão da terra no Brasil também diz respeito àqueles que moram nas cidades, que sem planejamento , não permitem vida digna à maioria. Terra para quem trabalha significa o assentamento de 20 milhões de pessoas no campo, significa preços menores dos alimentos pois não estaría a agricultura , submetida à monocultura e a política agroexportadora, significa a diminuição do fluxo de pessoas à caminho das grandes cidades, onde o fascínio urbano é uma farsa produzida pelos meios de comunicação. Temos que ter o direito à liberdade de apontar onde estão os erros da política de integração à Globalização econômica praticada pelos dois últimos governos, do PT e do PSDB, a liberdade de não se submeter as mentiras com uniformes de verdade apontadas para a população brasileira, produzidas pelo maior partido político da América Latina, a Rede Globo , pois não se resolve o problema da exclusão com projetos como o "criança esperança", ou mesmo outros projetos assistencialistas praticados por governos. Analgésico atenua os efeitos mas não curam doenças . As origens destas "doenças"estão amplamente diagnosticadas, riquezas o país possui em abundância . Falta distribuir a terra, a renda e o Capital.
Assista - "Terra para Rose" e " O sonho de Rose, dez anos depois." -1500 famílias que ocuparam terra improdutiva e balanço , 10 anos após sobre o que foi feito para resolver a questão agrária no Brasil. Ganhador de 12 e 9 prêmios nacionais e internacionais, respectivamente aos dois filmes.
Escute -" Funeral de um Lavrador" - poema de João Cabral de Mello Neto musicado por Chico Buarque.

19 julho 2006

A Política é...


A política é a arte do encontro. Remover os obstáculos para o entendimento, onde a exclusão não seja possível . Articular vontades , desejar ardentemente que a dignidade seja possibilidade de todos, que haja autonomia do pensar e promoção do que há de capacidade e habilidade em cada um. A política enquanto bem universal, que projete ao mundo a beleza das diferenças culturais. A política é exercício do poder, portanto que ele seja compartilhado. Para que no futuro haja o apreço ao saber e o encanto da Cultura, que possam significar o desencanto do consumismo. A política é possibilidade de transcendência, para que as almas não estejam presas à imanência do querer ter em excesso. O exercício da Política é o prazer da descoberta da própria força. A política é o prazer de conseguir perceber o outro. E não me venham dizer que o que se faz hoje é o que estou te dizendo. A política que se faz é a de satisfação econômica de poucos, é a ética do proprietário sobre as éticas dos oprimidos. A política é meio, para que o fim seja produto para todos. A política não é produto para o meio de vida de poucos. A política é a arte da partilha de vontades para que não se prima a vontade de alguns. A política é a estante da História cheia de participantes e a vitrine dos supérfulos cheias de teia de aranha. A política é a teia bem cerzida por todos, onde o burguês agoniza diante do ferrão. Vamos Marias e Zés, façamos Política !

17 julho 2006

Conflito no Oriente Médio.

O ataque do grupo xiita Hesbollah à Israel e sua contra-ofensiva cruel, pode destampar de uma vez a panela de pressão, generalizando os conflitos pela região. Claramente bem armado, presente no governo do Libâno , e com muita popularidade neste país, o ataque do Hezbollah, pode ser interpretado como um ato de solidariedade aos palestinos presos por Israel. A respostra de Israel tem provocado a morte de muitos libaneses e abalado a infra-estrutura econômica deste país. O governo do Libâno tem tanto controle sobre o Hesbollah quanto o Estado Palestino sobre o Hamas, ou seja, nenhum.
Um misto de omissão e sustentação política e econômica dos EUA com relação à Israel, é a causa dos conflitos que se desenvolvem na região desde a década de 90. Israel é o braço estadunidense na região e a sua saída do Oriente Médio, tanto das tropas quanto da interferência política, é condição fundamental para que se abram condições de acordos de paz .Mas não parece que os EUA assim o deseje. Os Eua acusam o Irã de financiar estes grupos terroristas e de desenvolver armamento nuclear. Tio Sam é o maior Estado terrorista do planeta e usa de pretextos para o enfraquecimento de qualquer grupo ou Estado que se torne possível liderança local. Por outro lado, especialistas apontam que Israel não suportaria mais esta frente de batalha, o que permitiria a intervenção direta dos EUA e do próprio Irã.
Como sempre sofrem os mais humildes, como se observa a falta de alimentos para os libaneses civis, atacados indiscriminadamente por Israel.
A paz virá com a ausência dos EUA e o imediato reconhecimento por parte de Israel de que Gaza pertence aos Palestinos , ou terão que se responsabilizar, mais uma vez, por milhões de inocentes mortos .

06 julho 2006

Por uma escola habilidosa!


O francês T. Henry disse que os brasileiros são mais habilidosos, pois passam mais tempo durante a vida com a bola nos pés, enquanto ele, quando queria jogar bola ,sua mãe dizia que tinha que ir para escola. Como eu gostaria que Henrry-mascarado estivesse errado.

Nos últimos 15 anos houve um esforço para a abertura de mais vagas em escolas no Brasil, seguindo a orientação do Banco Mundial, que a partir da década de 90, sobre pressão das grandes coorporações, objetiva qualificar mão-de-obra por conta da grande velocidade dos avanços tecnológicos .

A verdade é que a escola que conhecemos, é uma escola com o mesmo perfil de 300 anos atrás, quando das revoluções burguesas, esta classe social objetivou formar as sociedades à sua imagem e semelhança, construindo valores caros ao liberalismo, como competitividade, acumulação de bens materiais, individualismo e etc. Vimos que este modelo escolar permitiu a façanha de desenvolver científica e tecnologicamente um mundo fascinante, no entanto, esta escola conteudista e cientificista não abriu espaço para construção de valores que impedissem a concentração de Capital, terra e renda, que negasse a mínima possibilidade de desenvolvimento do racismo, do machismo, da opressão dos mais fortes economicamente, da exclusão de metade da população mundial da possibilidade de acesso à água potável e saneamento básico e a todas as vergonhas que a humanidade conhece, graças aos meios de comunicação globalizado e ao dia-a-dia de trabalhadores espoliados pela ganância do grande Capital. Qualquer destas informações podem ser comprovadas com uma mera leitura dos dados da ONU, que ajudou à construir esta realidade que se apresenta.

Pecisamos de uma escola que, como dizia Paulo Freire , denuncie a "feiúra" do capitalismo , o próprio esgotamento deste sistema que se mostra incapaz de solucionar problemas fundamentais da humanidade, de uma escola que parta do ser humano e não dos princípios do Capital, que permita a igualdade de oportunidade de fato , e não só de direito.

Uma escola baseada simplesmente em conteúdos disciplinares, recortes de ciências naturais e sociais, não estará apta nunca para o desenvolvimento social, e sim permitirá mais e mais concentração de riquezas, pois ela será sempre um espaço privilegiado de formação de ovelhas obedientes tecnicamente qualificadas.

Que possamos um dia calar o T. Henrry, na bola e nos dados sociais, pois por enquanto , sofremos com uma escola de "obediência tática", e desejamos a formação de gerações que pensem estrategicamente.

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