04 fevereiro 2012

Educação no Rio de Janeiro:Reino das sombras.


Mais um ano letivo se inicia na rede estadual do Rio de Janeiro, e quem pensa que vou dizer que os mesmos problemas se repetem certamente não se surpreenderá em ouvir que o caos se aprofunda.

Cinquenta escolas  fechadas,salas de aulas abarrotadas,perda de direitos históricos adquiridos por professores,falta de educadores em números assustadores,diminuição de carga horária em disciplinas,falta de funcionários(boa parte das escolas não possuem sequer um funcionário em suas secretarias),perseguição à líderes de base da categoria,professores em situação de disponibilidade em grande quantidade,visto terem perdido suas escolas que foram fechadas,diminuição do número de turmas, e o velho tema do pior salário do Brasil.Esperamos inclusive, a manipulação de dados por parte da secretaria de educação, para que de forma artificial,se "retire" o RJ da incômoda posição de penúltima colocação no ranking de qualidade (IDEB),em uma manobra política de fazer corar de vergonha o velho Maquiavel.

Quem conhece a "Alegoria da Caverna" do filósofo Platão,entenderá quando digo que o governador Cabral quer manter a população na escuridão do fundo da caverna,no "Reino das sombras",evitando que os mais pobres tenham acesso ao "mundo das ideias" enterrados nas sombras do senso comum da exclusão e ausência completa de cidadania.

Podemos até especular,e não é absurda a minha afirmação,de que o objetivo estratégico do governo é a privatização das escolas públicas do estado,embora já vejamos que no varejo,isso já esteja acontecendo quando se desmosta a rede pública de educação. 

Cabral,o "Senhor da escuridão", ficará na História e na memória da população carioca,como aquele que veio para destruir sonhos de inclusão, trabalho e dignidade para muitos.




 

02 fevereiro 2012

"Dividocracia " Documentário sobre a crise grega.


"Os principais atores do documentário (cerca de 200 pessoas) assinam um pedido de criação de uma comissão internacional de auditoria, que teria por missão especificar os motivos da acumulação da dívida soberana e condenar os responsáveis. No caso vertente, a Grécia tem direito a recusar o reembolso da sua "dívida injustificada", ou seja, da dívida criada através de atos de corrupção contra o interesse da sociedade.

"Debtocracy" é uma ação política. Apresenta um ponto de vista sobre a análise dos acontecimentos que arrastaram a Grécia para uma situação preocupante. As opiniões vão todas no mesmo sentido, sem contraponto. Foi essa a opção dos autores, que apresentam a sua maneira de ver as coisas, logo nos primeiros minutos: "Em cerca de 40 anos, dois partidos, três famílias políticas e alguns grandes patrões levaram a Grécia à falência. Deixaram de pagar aos cidadãos para salvar os credores".
Os "cúmplices" da falência perderam o direito à palavra.

Os autores do documentário não dão a palavra àqueles que consideram "cúmplices" da falência. Os primeiros-ministros e ministros das Finanças gregos dos últimos dez anos são apresentados como elos de uma cadeia de cúmplices que arrastaram o país para o abismo.

O diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que se apresentou aos gregos como o médico do país, é comparado ao ditador Georges Papadopoulos [primeiro-ministro sob o regime dos coronéis, de 1967 a 1974]. O paralelo é estabelecido com uma facilidade notável desde o início do documentário mas não é dado ao personagem relevante (DSK) o direito a usar da palavra.

À pergunta "Porque não fazer intervir as pessoas apontadas a dedo", um dos autores, Kateina Kitidi, responde que se trata de "uma pergunta que deve ser feita a muitos órgãos de comunicação que, nos últimos tempos, difundem permanentemente um único ponto de vista sobre a situação. Nós consideramos que estamos a apresentar uma abordagem diferente, que faz falta há muito tempo". O público garante a independência do filme.

Para o seu colega Aris Hatzistefanou, o que conta é a independência do documentário. "Não tínhamos outra hipótese", explica. "Para evitar as limitações quanto ao conteúdo do filme, que as empresas [de produção], as instituições ou os partidos teriam imposto, apelámos ao público para garantir as despesas de produção. Portanto, o documentário pertence aos nossos 'produtores associados', que fizeram donativos na Internet e é por isso que não há problemas de direitos. De qualquer modo, o nosso objetivo é difundi-lo o mais amplamente possível."

O documentário utiliza os exemplos do Equador e da Argentina para suportar o argumento segundo o qual o relatório de uma comissão de auditoria pode ser utilizado como instrumento de negociação, para eliminar uma parte da dívida e do congelamento dos salários e pensões de reforma.

"Tentamos pegar em exemplos de países como a Argentina e o Equador, que disseram não ao FMI e aos credores estrangeiros que, ainda que parcialmente, puseram de joelhos os cidadãos. Para tal, falámos com as pessoas que realizaram uma auditoria no Equador e provaram que uma grande parte da dívida era ilegal", acrescenta Katerina Kitidi. Contudo, "Debtocracy" evita sublinhar algumas diferenças de peso e evidentes entre o Equador e a Grécia. Entre elas, o facto de o Equador ter petróleo."

Fonte original do vídeo: