15 julho 2019

TERRA PLANA,ÉTICA EM DESCONSTRUÇÃO.

Pesquisa do Datafolha indica que 7%(14 de junho de 2019) dos entrevistados acreditam que a terra é plana. A gravidade desta afirmação não está aparente. 
Ela se esconde na negação das evidências, na negação de Newton, Einstein e Kepler, na negação da ciência e do conhecimento acumulado pela humanidade. 

Esta é uma característica da chamada pós modernidade ao negar o passado,nego com ele o que foi construído como referencial de verdade e também como referencial ético. Se perco os referenciais de ação verdadeira, perco o referencial de moralidade. 

Se por um lado a crise da modernidade deu vez e voz, mais voz do que vez,objetivamente,aos que sempre foram os condenados da terra, inclusive pela ciência do século XIX, legitimando ações políticas racistas e justificando o neocolonialismo, também perco princípios mínimos de sociabilidade e civilidade, incorrendo na crise das relações sociais, no individualismo, que são alguns elementos que nos permitem entender as crises nas interações sociais e o sectarismo que impede o diálogo. 

É certo que o Iluminismo inaugurou parâmetros filosóficos aceitáveis universalmente, mas o capitalismo que caminha junto às afirmativas iluministas é o contraponto ético a qualquer aceitação da moralidade nas relações. 
O que quero dizer é que o sistema econômico que se desenvolveu a partir da expansão do capital, das grandes navegações, das reformas protestantes,mercantilismo,renascimento cultural...(elementos da formação do Moderno), se mostra falido quanto a emancipação do Ser, às condições mínimas de sobrevivência material e chega à negação da própria vida se esta for uma “vida” vendedora de força de trabalho e não uma "vida" de proprietário. 

É certo que a pós modernidade nos aflige por negar núcleos referenciais éticos universais, desconstruindo "verdades" aceitas, mas esta crise das "grandes narrativas" Modernas é a ponta de uma "crônica de uma morte anunciada", graças principalmente a um sistema que exclui da festa da riqueza a grande maioria dos sobreviventes do regime do capital. 

A selvagem defesa do “terraplanismo” é a selvagem condição humana que o capitalismo produziu. 

27 maio 2019

O desmonte do Estado por Bolsonaro

As "reformas" do presidente são as "reformas" do grande capital especulativo que já passaram por diversos lugares do mundo e que se mostraram como fracasso. E porque o fracasso? Estas medidas aprofundam a precarização dos trabalhadores quando lhes retira direitos e os joga covardemente na informalidade. Esta informalidade também gera redução de arrecadação e menos investimentos públicos em saúde,educação,saneamento e etc. Estes "sem direitos" e sem aposentadoria terão menos recursos para o consumo,o que levará certamente a quebradeira de microempresas. As grandes continuarão sendo sustentadas com o dinheiro público,e o objetivo na área da produção é a exportação,mas isto não significará mais empregos,pois as reestruturações e avanços tecnológicos já demonstram que se aprofundará o desemprego estrutural e que o objetivo é o aumento dos lucros com a redução dos custos da produção que a desregulação de direitos favorece, além destes podres poderes controlarem os Estados periféricos obtendo subsídios e benefícios que inviabilizam a estabilidade econômica e aprofunda as desigualdades sociais. O projeto é este,e basta o mínimo de lucidez para perceber como a reforma trabalhista não permitiu o aumento dos postos de trabalho. Bolsonaro e seus seguidores amarelos reduziram de tamanho,não foi um fracasso, pois os mais ricos de São Paulo e Rio de Janeiro atestaram o fanatismo cego da deficiência cognitiva de setores da classe média. Mas os números mostram que as "minifestações" de hoje foram muito menores do que as anteriores, e que darão ainda mais fôlego aos descontentes. Bolsonaro não capitalizará forças com o que aconteceu hoje nas ruas. Trabalhadores brasileiros são contra os cortes na educação e saúde(contando com o congelamento dos investimentos sociais em 20 anos), são contrários a eliminação de seus direitos,mesmo havendo forte campanha mentirosa. Fora isto tudo, a própria classe dominante,dividida, está preocupada que o desgaste de sua marionete impeça a velocidade de seu projeto de desmonte do Estado brasileiro. Dia 30 vai ser ainda maior!