26 setembro 2005

DESARMAMENTO

O Estado é o que detém o monopólio do uso da força física. Dito por Trotski e Weber em contextos diferentes, é o maior argumento para desarmar e garantir que a sociedade brasileira não continue se matando . O Estado está acima das emoções dos indivíduos.Mais do que efeitos práticos, a luta por desarmar as pessoas possui um efeito simbólico e pedagógico importantíssimo em favor da manutenção da vida. A educação ainda pode fazer com que se desenvolva o sentimento de que os problemas podem ser resolvidos sem o uso da violência. Veja outros argumentos que fazem parte da campanha pelo desarmamento, e se não ficar satisfeito, veja o filme Tiros em Columbine.
* Dos que reagem com armas, 90% se tornam vítimas da resistência.
* Quem usa arma sempre, tem mais chances de acertar o alvo.
* As armas não são causa da violência, mas a tornam fatal.
* 60% dos crimes são praticados por pessoas sem antecedentes criminais.
* Coibir o mercado de armas afetará o tráfico de drogas.
* A maioria das armas que circulam foram obtidas dentro do Brasil, compradas legalmente.
* O custo anual de internações por ferimentos de arma de fogo nas redes pública e privada chega a 140 milhões.
* No Brasil 30% das mortes por causas externas resultam de armas de fogo, e 25% de acidentes de trânsito. É o único país do mundo que não está em guerra em que se morre mais por arma que por acidente de carro, sendo que os índices por morte no trânsito no Brasil são os mais altos do mundo.
* Nos últimos 20 anos, a taxa de mortalidade por armas de fogo triplicou, passando de 7,2 para 21,8 mortes por 100 mil habitantes.
*De cada 3 pessoas internadas por ferimentos por armas de fogo , uma foi acidente com arma; no caso das crianças, 54 %.

25 setembro 2005

SAMBA e CINEMA

Se você gosta de samba e cinema, aqui vão algumas dicas. O documentário de Paulinho da Viola, Meu Mundo é hoje , conta a história do grande músico, recheado de craques da música, seus sambas, com um conteúdo filosófico interessantíssimo(nas locadoras). No jbonline, você pode ver dois curtas sobre o mesmo tema. O Jaqueirão do Zeca , com Zeca Pagodinho e Babaú na Casa do Cachaça - verde e rosa blues, maravilhoso curta metragem sobre um pouquinho da História de Babaú, na mangueira na casa de Carlos Cachaça.

24 setembro 2005

Violência:um grande negócio(parte 2)

A violência não é só resultado da pobreza e da miséria(54 milhões abaixo da linha de dignidade, segundo dados oficiais) , é produto da combinação destes com a ostentação e o consumismo estimulado diariamente pelos meios de comunicação. Eles dizem que o consumo gera empregos,mas também gera o sentimento de que a vida só vale à pena para quem possui, e na correria para acumularmos dinheiro passamos boa parte da vida. A outra parte de tempo que sobra, gastamos consumindo. Um círculo vicioso que nos condena a sermos somente compradores(30milhões somente), não dá tempo para sermos cidadãos. O tema violência já elegeu muitos, e alguns propõem muros e cercas para isolar em guetos as populações humildes transformando a "favela em nova senzala". É necessário tornar os milhões de excluídos em agentes do processo histórico. Umas das pontes para isso é a educação , não esta fajuta, formadora de apertadores de parafuso,educação para satisfazer a sanha de lucro de alguns poucos e a ilusão de que somos alguma coisa importante na sociedade por termos um "bom" emprego burocrático que me rende o dobro de dinheiro do meu vizinho . E por falar em muros, por que a sociedade que é modelo de liberdade para muitos(EUA), possui a maior populaçaõ carcerária do mundo? que polícia é esta(Brasil) que coloca para baixo da terra 3 seres humanos por dia? Muros separam pontes unem. É preciso construir pontes sociais. Ou será que a crescente violência vai continuar a pavimentar de dinheiro novos empresários e os políticos profissionais?

Violência:um grande negócio.(parte 1)

Privatizaram no Brasil algumas das empresas mais importantes e estratégicas.Mais a maior delas foi a privatização da segurança. Se somarmos os empregados da segurança privada, legais e ilegais somam-se um milhão e meio. É o setor que mais cresce no país campeão em desigualdades sociais. A injustiça que gera violência, que gera medo, que gera lucro para os empresários e emprego em abundância. Pagamos 4 mesesde salários em impostos, para que tenhamos uma polícia mal paga e mal treinada(ou educada), onde a inteligência está no dedo do gatilho, onde a juventude negra e favelada de 14 à 25 anos, é o seu alvo preferido. Investigação policial é grampo telefônico e nada mais. É verdade o que já disseram, que o crime é desorganizado, pois se organizados fossem, não diríamos que são um estado paralelo, e sim, o Estado oficial. A classe média (de)formada pela mídia clama pelo o aumento da repressão," o exército nas ruas" ,"pena de morte", etc , jogando a água da banheira fora junto com o bebê. A longo prazo se resolveriam alguns destes problemas com ,educação de qualidade, políticas públicas sociais e geração de empregos.Isto diminuiria sensilvelmente o exército de crianças e adolescentes acolhidos pelo tráfico. Só pega em arma para roubar quem não possui nada a perder,nem dignidade. Tudo isso embora, não acredito em solução dentro do sistema capitalista.

18 setembro 2005

Jazz embaixo d'agua

Tivesse Nova Orleans imitado Hollywood em sua calçada da fama, o baixo-relevo dos pés famosos estariam todos, agora, embaixo d’água. E naquelas paragens, a fama atende preferencialmente pelos nomes de King Oliver, Jelly Roll Morton, Sidney Brechet e, principalmente, Louis Armstrong. Todos exímios artesãos do jazz, o estilo musical que fez do improviso sua matéria prima, e de Nova Orleans seu berço esplêndido. Hoje, tombada pelas águas turvas do lago Pontchartrain, talvez ainda se possa ouvir em algum canto qualquer um sax ou trompete solitário chorando, atônito, notas improvisadas na paisagem desolada.A razão ocidental nunca engoliu muito bem a idéia de improviso. Desconfiou quando negros e mestiços principiaram a tocar instrumentos de ouvido, sem o auxílio luxuoso das partituras. O binômio improviso/planejamento remete a uma velha questão filosófica, mais especificamente epistemológica: o quanto sabemos acerca do mundo e de nós mesmos que nos permita antecipar, e com isso planejar, eventos futuros? Sejam esses eventos as notas musicais que compõem as sinuosas melodias do jazz, sejam as medidas necessárias a serem tomadas pelos poderes públicos para se evitar que catástrofes como a que se abateu sobre Nova Orleans assumam proporções maiores que as que deveriam assumir. É por conta do mal equacionamento das relações mútuas entre controle e liberdade que as artes e as ciências vêem muitos talentos se dissolverem no anonimato. Pela mesma razão o inferno costuma apinhar-se de políticos bem-intencionados, como diz o provérbio.Quanto à menina dos olhos de Nova Orleans, o jazz, só poderia mesmo ter nascido entre humanos escorraçados por esse privilégio da espécie: a razão. Como que descrentes de si mesmos, ou por habitarem esse subproduto da racionalidade ocidental chamada escravidão, acabaram por despejar na música o improviso que lhes possibilitou sobreviver em meio às querelas entre espanhóis, franceses e ingleses pela hegemonia política na região. Isso daria um bom mito da criação para o jazz. Como a água que recentemente vazou dos diques mal construídos de Nova Orleans, a musicalidade espontânea remanescente dos negros africanos não comportou o represamento da razão branca. “Do rio que transborda se diz que é violento, mas nada se diz das margens que o oprimem”, escreveu Bertolt Brecht.

Alexandre Mattos é educador.(Caros Amigos)

O ANALFABETO POLÍTICO

O pior analfabeto é o analfabeto político.Ele não ouve,não fala não participa dos acontecimentos políticos.Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, dependem das decisões políticas.O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que da ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos,que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresa nacionais e multinacionais.

Este texto de Bertold Brecht, por vezes encarado por mim como desabafo, chama a atenção para a importância da dimensão política como instrumento de renovação do ser humano. Aquele que participa da pólis(cidade) coloca para si a responsabilidade com o coletivo, vivencia não só as mundanças objetivas que a política proporciona, como a mudança subjetiva.O ser se encontra com o outro, se constrói solidário, reconhece no outro a sua própria existência, na medida que , como dizia Aristóteles , o homem é um animal social, que só se torna ser humano(aquele que pensa , projeta, produz cultura) na medida que sua existência passa a ter um sentido.

17 setembro 2005

ÉTICA DO SILENCIAMENTO DAS MAIORIAS

Não podemos acreditar, como deseja a grande imprensa ,que a crise política por que passamos esteja fundada sobre os signos da ética e da moral. A crise têm origem política.No distanciamento do PT à pelo menos dez anos dos princípios que o fundaram.A bandeira da ética levantada pelo PT foi utilizada como subterfúgio, escondendo sua adaptação às regras do jogo democrático-liberal, sua confiança nas políticas neoliberais como estado mínimo, privatização,políticas compensatórias(herança do Estado de bem estar social), desoneração do grande capital econômico-financeiro ,seu afastamento das bases,sua burocratização e etc. Sempre pensei ,assim como muitos, que o PT seria a melhor saída para a burguesia nacional e oligarquias para sustentar sua continuidade no poder, com um verniz de esquerda e uma história com poucas contradições,este partido, compensaria o peso do neoliberalismo sobre os humildes e classe média com recursos disponíveis para o assitencialismo. Depois do plano de estabilização econômica, era preciso manter o controle sobre os movimentos sociais, garantir estabilidade política para não sobressaltar o fluxo de capitais e incomodar as instituições financeiras internacionais.A burguesia nacional se contentaria com as migalhas. Hoje setores importantes desta elite nacional estão insatisfeitos com a política econômica de Palocci, e se reeditou a disputa do governo FHC entre financeiristas e desenvolvimentistas, estes representados por Dirceu. Este frágil projeto não poderia mesmo sobreviver à grande dívida social que possui este país. Ostentamos números vergonhosos, que estatisticamente nos coloca muito atrás dos mais miseráveis países africanos e latino-americanos e mesmo os números econômicos defendidos pelo governo, como o crescimento econômico, ficam bem longe dos do México, Tigres asiáticos, Argentina, China e outros . Não podemos deixar de lembrar que o Capitalismo opera com picos de crescimento e de contenção, e este é o momento de grande euforia mundial do grande Capital, deixando os números de Lula ridicularizados.
O governo Lula é ético sim. Sua ética é aquela mesma defendida por todos os governos liberais que nos antecederam. Seu compromisso é com a manutenção do que está dado pela Globalização econômica selvagem e com a ética dos latifundiários(agronegócio é sua nova máscara) .

12 setembro 2005

SER FLUMINENSE

Menino, primeira vez pisando no Maraca Eu vi o Escurinho dar o drible da vaca E chegar veloz à linha de fundo, Cruzando para o Valdo encantar o mundo. E também a mim, jovem espectador, que nascera, fanático torcedor, Deste tradicional clube de três cores. Que estará sempre entre os vencedores, Desde os tempos de nossos ancestrais, Das conquistas que vêm dos tempos de Batatais, Pedro Amorim, Romeu, Tim, Russo e outros mais, Das grandezas que contavam nossos pais; Que desde Veludo, Pindaro, Orlando, Carlyle, Com Didi nas Laranjeiras de dava baile! Eu vi São Castilho com a sua leiteria E a bola que bateu na trave e entraria Eu vi Clovis, Edmilson, Robson, Jair Marinho, Eu vi Altair dando um belo "carrinho". Eu vi Pinheiro bater pênalti de bico, Vi Evaldo, Joaquinzinho e até Pipico. Eu vi Paulinho cobrar um escanteio, P´ro Telê fazer um golaço de voleio. Eu vi Maurinho pular mais alto que o goleiro, E dar um golpe de testa, certeiro. Eu vi Procópio, expulso, voltar a campo semi-nú, Prá comemorar um gol com o Rei Zulu. Eu vi Flávio fazer 3 no Palmeiras, no Morumbi, E vi 4 no Santos, na Vila, com Manoel e Ubiraci. Eu vi Samarone com toda sua ginga, E o drible desconcertante do Cafuringa. Eu vi aquele cruzamento do Oliveira, Que encontrava o Mickey na banheira. Eu vi Marco Antônio em linda jogada pessoal, E vi Silveira isolar a bola na geral. Eu vi nosso canhotinha Gerson, com a tricolor, E muitos outros, que também jogaram com amor. Eu vi a puxeta de calcanhar, tão bonita, Do Carlos Alberto Torres, nosso "Capita". Eu vi a máquina, dizia a gente: "É covardia!" com "Rivelino, Paulo César & Cia.". Máquina que vi dar um show em Paris, Com a torcida de pé, pedindo bis. Eu vi o Papel fazer uma defesa sensacional, E o gol de malandragem do "gringo" Doval. Eu vi Rivelino em genial jogada de xadrez, desmoronar a defesa do "velho freguês". Eu vi o gol olímpico de Paulo Cezar Cajú, e os dois gols do Manfrini no Fla Flu. Eu vi Rubens Gálaxie, Cléber e Pintinho, A força de búfalo do Gil, a raça do Edinho. Eu cantei "João de Deus" na arquibancada, P´ra que ganhasse do Bangu, de virada, Nosso time tricampeão, com tantos nomes: Paulo Vitor, Aldo, Duílio, Ricardo Gomes. Time desse quilate, ainda está por vir, Seguro na defesa e no meio, com Jandir. Time guerreiro, mas que jogava bonito, A classe do Delei, a garra do Romerito. Eu vi Washington e Assis, nosso casal 20, Era um show, um assombro, um acinte: Washington fez aquele golaço no Vasco, E o Flamengo sucumbiu duas vezes ao Carrasco. Ora Tato, ora Paulinho, atacando pelo flanco, Com o sempre eficaz o apoio do Branco. Eu vi inúmeros feitos do nosso tricolor, Que da taça Olímpica é o detentor. Eu vi a máquina, vi timinho, vi timaço, vi gol de letra, gol chorado, vi golaço. Eu vi gol de mão, Wilton que diga, E vi gol de Renato com a barriga. Irmãos tricolores: atenham-se aos fatos, Somos nós os que temos mais campeonatos. E também nós, o que temos mais vitórias, Passado, presente e futuro de glórias. Por séculos, milênios e vidas inteiras Temos orgulho do clube das Laranjeiras. E a alegria eterna de torcer Pelo time que sempre vence, E a dádiva divina de nascer, viver e morrer Fluminense!
Nelson Goyanna
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11 setembro 2005

"A Guerra contra o terrorismo será longa"

Anunciou o presidente do planeta. Má notícia para os civis que estão morrendo e morrerão,excelente notícia para os fabricantes de armas.
Não importa que as guerras sejam eficazes.O que importa é que sejam lucrativas.Desde o 11 de setembro ,as ações da General Dynamics e outras empresas da indústria bélica subiram verticalmente em Wall Street.A bolsa as ama...Os fabricantes de armas precisam de guerras como os fabricantes de abrigos precisam de invernos.(Eduardo Galeano,Teatro do bem e do mal).

07 setembro 2005

Distraídos Venceremos

Vim pelo caminho difícil,
a linha que nunca termina,
a linha bate na pedra,
a palavra quebra na esquina,
mínima linha vazia,
a linha, uma vida inteira,
palavra, palavra minha.
(Paulo Leminski)

05 setembro 2005

Inútil e Subversivo

Em 1995 no jornal Inútil e subversivo(cacis-UERJ) escrevi o artigo abaixo.Veja se não se enquadra no momento atual.

IDEOLOGIA: FALSA CONSCIÊNCIA

Paira no ar a neblina do ópio, estagnador de mentes.
A fumaça do terror alienante, anestesia sentimentos ,pensamentos e ações.
A tempestade afunda embarcações dos marginalizados, enquanto portos seguros protegem os barcos poderosos.
"Representantes" dos trabalhadores tentam salvar o sistema ancorador, enferrujado e apodrecido, enquanto os que realmente produzem as ondas se afogam nas mesmas.
Paira no ar , o denso fedor da falsa consciência de si mesmos e das coisas. Homens, mulheres, crianças e velhos se intoxicam com o cheiro banalizador da expropriação capitalista.
Ninguém percebe que o maremoto engoliu à todos, e suas almas purgam pelas migalhas "salvadoras" do parlamento.
Em todo o planeta manipulam as crenças de fé justificadoras da razão burguesa.
Globalizaram a opressão, internacionalizaram a prisão de sentimentos, enquadrados que estão na lógica do mercado auto-regulável.
Sexo e prazeres são bestializados, e agora, não passam de meras necessidades de consumo,enquanto paixão e amor se encontram à venda nas bancas de jornais.
O Partido que nasceu das lutas dos trabalhadores, late mas não morde, domesticado que está pelo desejo de gerir o caos , ainda que uma minoria sincera, porém iludida, lance flexas sem rumo, sem direção.
No cenário da tragédia, o PT pensa que é protagonista da mudança, mais não passa de um figurante que contribui na novela do controle social, de tão responsável que é, pela sustentação da Farsa da Legalidade.
Participam do jogo sem saber ( será mesmo que não sabem?) que o tabuleiro pode ser virado a qualquer momento, pois as regras seguem a norma dos fabricantes das leis da oferta e da procura, das intervenções coercitivas de um sistema monetário internacional que oferece a pobreza para se dividir entre os miseráveis.
O sistema que joga no ostracismo a verdade do seu própio esgotamento, apesar da força não vai calar nunca àqueles que dizem que é mentira a verdade que eles criaram.

03 setembro 2005

Já é tempo...

Já passou o tempo de negar uma única maneira de ver o mundo.
Já passou o tempo de ver que o sistema econômico e político que vivenciamos neste momento histórico se esgotou. Já é chegada a hora do sonho fazer parte da realidade,e que este sonho não se submeta aos desejos materiais ,único em voga nos dias de hoje.
É chegada a hora das classes médias se despirem do manto da ilusão da aspiração de ascenção de classe como única motivadora da vida.
É chegada a hora de prevalecer as tradições eminentemente populares dos humildes em detrimento da indústria cultural que nos empurra, guela à dentro ,o lixo capitalista.
É chegada a hora, já é tempo de ver o ser humano se tornar verdadeiramente senhor da aldeia global que se formou em torno do papel moeda, a maior das ficções impostas pelos donos do Capital,responsáveis pela grande anestesia cerebral chamada de vida.
Já é tempo de enchergarmos os poetas como dirigentes do novo sistema tendo os educadores como primeiros ministros do novo mundo sem hierarquias, a não ser aquelas que o esforço do pensar,conhecer e estudar permitir. "Dancemos todos,dancemos,amadas,Mortos, amigos,dancemos todos até não mais saber-se o motivo ...Até que as paineiras tenham por sobre os muros florido!"

O QUE O VENTO NÃO LEVOU

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento....

(Mario Qintana)