06 setembro 2008

Fausto Wolff.


Fausto Wolff representou a independência verdadeira de uma imprensa comprometida com o poder institucional e com o grande capital , os princípios defendidos acima de tudo e das consequências que vieram à sua vida profissional por acreditar em um projeto de humanidade melhor do que este apresentado pela sociedade do consumo.

Me lembro de quando o li pela primeira vez em PASQUIM 21, e o acompanhei fielmente até hoje, do impacto que me causou a sua escrita. Como uma lâmina afiada que não tolerava a injustiça e o sistema selvagem do capital que o provoca. Em seus livros e artigos, fazia de um conto uma crônica da decadência dos valores das classes favorecidas economicamente , denunciava a degradação da democracia-liberal-capitalista, enaltecia os simples, debochava do comprometimento dos seus pares jornalistas com as pautas pré-fabricadas pelos ordenadores-editores do controle social.

Mesmo assim, escrevia no JB de hoje com a beleza da inteligência e independência, que lembrava , no seu cantinho no segundo caderno, a forma de se fazer um jornalismo livre, crítico e comprometido com as classes populares e sua emancipação cultural , política e econômica.

Li recentemente “O Homem e seu Algoz” e fiquei estarrecido como as palavras e as idéias o obedeciam e delas , Fausto fazia o que bem queria, em nome do bem que queria aos humildes.


Vá espírito livre das amarras do dinheiro e do poder, vá com Deus, que você dizia não acreditar, mas quem demonstrava tanto amor aos despossuídos e excluídos, terá a obra da vida aprovada pelos que sofrem. Sofreremos pela ausência da tua sensibilidade!


Última crônica : “À sombra do medo em flor”
http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/09/05/e050910341.html

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