25 outubro 2008

PMDB e PERPETUAÇÃO NO PODER.

Não consigo ver os acontecimentos políticos pelo prisma do fato presente.É preciso buscar suas origens e seu desenvolvimento.

Ao pensar no PMDB não consigo me esquecer que este partido se encontra no poder desde 1986(Sarney),início da redemocratização,depois de ser uma oposição comportada e consentida pela ditadura militar.

Uma das razões por estar no poder por tanto tempo é o fato de ter absorvido durante os anos de chumbo partidos e correntes stalinistas, como o MR8 e o Pc do B, que tem em sua tradição a característica do aparelhamento e uso da máquina estatal,o clientelismo, com a utilização de cargos públicos para a capilarização e espalhamento das ações políticas que lhe dêem legitimidade e votos.E o PMDB consegue se utilizar muito bem desta herança, associada às velhas práticas coronelistas de centralização, este partido político é o que se chama de "saco de gatos", abrigando milhares de projetos pessoais escusos:fazem do cargo público o tranpolim para o enriquecimento privado, tanto dos seus integrantes quanto das grandes empresas que se utilizam do Estado para a obtenção de privilégios e o consequente enriquecimento.

Você meu nobre, pode dizer que estou sendo injusto, pois as características citadas pertencem à todas as agremiações presentes no Brasil, e que estas desqualificações serviriam para caracterizar tanto o PT de hoje quanto o DEM-PFL-PDS.É verdade, estas roupas também servem aos outros, porém, esta agremiação(PMDB)conseguiu pertencer a todos os governos centrais desde o final da ditadura, no mínimo, cedendo seus desvalorozos quadros políticos a um governinho ou outro.

Os problemas do Brasil tem raízes estruturais, fundadas no capitalismo internacional que se desenvolveu no século XIX e se aprofunda com a Globalização de mercados, no entanto, não podemos desprezar os elementos culturais da superestrutura política deste país, o qual é comandado pelo "projeto" polítco deste partido.

No Rio de Janeiro atual, de Chagas Freitas à Sérgio Cabral e Paes, passando por Moreira Franco, Garotinho e sua Rosinha, podemos perceber o quanto nós cariocas nos tornamos óleo para a máquina de promoção e de credenciamento político de figuras obscuras.

As máquinas do estado e de municípios trabalham cotidianamente no desenvolvimento do personalismo político destas figuras, de pretenções larguíssimas, destes que se utilizam das tetas do que é público para a obtenção do néctar da perpetuação no poder.

Embora não acredite que eleições possam mudar o estado de coisas, através de um modelo viciado de democracia, acredito que se não abrirmos os "olhos históricos", as coisas podem piorar ainda mais.Só a auto-organização dos trabalhadores pode mudar a vida dos mesmos, mas o direito ao voto foi arrancado por nós com muita luta e desprezá-lo não é algo que se possa fazer.