30 março 2011

11 de setembro no Chile.




Com a visita de Obama ao palácio bombardeado "La Moneda",só posso lembrar do 11 de setembro do Chile,onde este vídeo fala por milhares de latino-americanos ceifados pelo terror estadunidense.
 
Um poema em vídeo e prosa que relembra as atrocidades da famigerada "Operação Condor" no Chile,que tanto quanto na América Latina,interrompeu sonhos e vidas.No Chile foram 30 mil e em toda a América latina ainda salta aos olhos as cicatrizes de um continente sangrado pelo imperialismo e por suas elites bolororentas,fúngicas,que ainda teimam em tentar,por vias sofisticadas, dominar os recursos naturais e nossas mãos de obra abundantes e baratas,tudo isso com a anuência das nossas subservientes classes dominantes.

23 março 2011

Obama nas américas.


Uma afronta o discurso do senhor Obama em defesa da democracia estando ele no palco da "Operação Condor" onde os EUA comandaram milhares de mortes,torturas e desaparecimentos daqueles que dispuseram suas vidas à luta por um mundo igualitário.As memórias destes lutadores abnegados e de Alende devem ser lembradas neste momento de luto.

Até mesmo a igreja católica tem reconhecido seus atos pérfidos sobre a história da humanidade,enquanto o senhor da guerra,com roupagem simpática e sob o signo atual de afrodescendência,continua seu périplo pelas américas em busca do sangramento das artérias já sangradas da sangrada e querida América Latina.

No mesmo palco,os mesmos atores com máscaras diferentes encenam o mesmo roteiro de desrespeito e dominação diante de um público,que apesar da aparente inércia,se movimenta para acabar com este espetáculo deprimente de falsificação da realidade.

Prisões políticas e criminalização dos movimentos sociais no Brasil.




Quero com esta postagem fazer uma reflexão e um registro sobre a minha indignação diante das prisões dos ativistas dos movimentos sociais que se manifestaram contra a política estadunidense da manutenção das velhas práticas imperialistas.

Como se houvesse sido suspensa a democracia, arbitrariedades foram cometidas a estes militantes que lutam por uma sociedade mais justa e livre das amarras do Capital. Jovens e senhora foram imediatamente enviados ao sistema penitenciário sem provas concretas sobre o ocorrido.

Este acontecimento se inscreve em um longo processo histórico de criminalização dos movimentos sociais. 

As classes dominantes brasileiras demonstram há muito não saberem conviver com a liberdade de manifestação e mobilização popular. Os meios de comunicação, aparato orgânico das classes dominantes, reproduzem cada ação dos movimentos sociais, tentando a todo momento ,associá-los à atividades ilegais.

A tolerância à diferença de pensamento certamente não é virtude dos meios de comunicação de massa , que tiveram seu crescimento sob as barbas da ditadura militar, um Estado autoritário que financiou as principais corporações da comunicação no Brasil.

É preciso chamar atenção também para a omissão do senhor governador. Comandante maior da polícia estadual ,não se manifestou em nenhum momento sobre o acontecimento, talvez queira estar se credenciando a ser carcereiro  de Mister Obama ,ou ratificar os seus seguidos gestos de ignorar e perseguir os movimentos sociais cariocas. 

Talvez estejamos vivendo em um outro momento histórico, ou talvez a tão decantada democracia ainda não se formou no Brasil. A igualdade jurídica é uma farsa tanto quanto a igualdade econômica e o apelo à democracia só é feito quando velhíssimos interesses dos poderosos não são contrariados.

11 março 2011

PIRATAS DO BRASIL!



Afoita para sustar a diminuição dos seus lucros,a indústria de discos e filmes do Brasil se utiliza há anos de pesquisas(atribuídas à UNICAMP) que apontariam altas taxas de desemprego e diminuição na arrecadação de impostos,graças a “pirataria”.

Acontece que estas supostas pesquisas não existem, desmentidas que foram pela universidade.
Segundo OGLOBO(11/03/2011),instituto contratado pela indústria aponta erros na publicidade das gravadoras,marcadamente ao associar a compra de produtos piratas à criminalidade.

Ainda segundo o instituto,o grande problema da preferência pelos produtos clonados está nos preços,incomparavelmente mais altos do que os que se praticam na Europa e EUA(que possuem poder aquisitivo maior).

Dentre todas as ações do Estado à serviço das gravadoras,está a forte repressão aos camelôs,que vendem seus similares,criminalizando-os,quando são apenas a ponta do iceberg e não a raiz do problema.

A repressão atende à cultura de perseguição aos trabalhadores livres,donde se pode relacionar alguns dos muitos eventos históricos,como exemplo, as campanhas “higienistas” do final do século XIX e início do século XX,passando pelo “Bota abaixo” de Pereira Passos,a perseguição aos sambistas na primeira parte do século XX,ao controle getulista aos enredos das escolas de samba do RJ,até os “choques de ordem ao povo e progresso aos ricos” do prefeito do RJ,dentre tantos fatos que poderiam aqui serem citados.

O que fica claro,é a incorporação dos valores fascistas persecutórios à manifesta-ações populares,reproduzidas historicamente pela consciência coletiva das elites brasileiras que legitimam as ações do Estado brasileiro,bem como em que qualquer área,à serviço dos interesses do grande Capital.

A vergonha da farsa das gravadoras serve de alerta e alardeio sobre a quem interessa  a grande maioria das ações do Estado:aos poderosos economicamente em detrimento da ausência deste mesmo Estado na promoção de postos de trabalho  e de educação formal.

Historicamente, os piratas eram estimulados pelo Estado britânico(tanto quanto os corsários) para o benefício da classe dominante inglesa.E o Estado brasileiro,à quais piratas está à serviço?

10 março 2011

Pré-fácil: "Noel Rosa,poeta da Vila,cronista do Brasil"



O livro "Noel Rosa ,poeta da Vila, cronista do Brasil" destaca a vida rica em experiências de um dos mais talentosos expoentes da cultura popular deste país. Cultura popular massacrada pela indústria de massa nos dias de hoje.

O trabalho de Luís Ricardo Leitão biografa Noel e com ele o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX e por consequência, a consciência coletiva da nação.

O autor descreve a vida ,o amor ,a doença e as ricas relações com os "fundadores" do samba com maestria de quem conhece o contexto social da época, construindo por vezes, relações com as precárias manifestações culturais de hoje, massificadas pelos meios de comunicação, que ignoram as raízes e a própria existência de uma cultura original.

 Luiz Ricardo denuncia de forma elegante e sútil (como atribui ao próprio Noel) o mundo em processo de submersão de valores genuínos. A crônica social é clara ao revelar a vida do mestre do samba e expressa às origens das relações socioculturais dos dias de hoje. 

A luta incessante e desfavorável entre memória e esquecimento tem neste livro elemento primordial no prosseguimento da luta contra hegemônica da consciência da história contra a escuridão das trevas do esquecimento de quem somos, do que nos fez, e do que nos faz produzir um dos maiores legados culturais para a humanidade: o samba.

Nas palavras do autor: “Noel, talvez não soubesse, mas ao cantar esse Brasil de tanga... terminou por aquecer eternamente o coração de todos que sonham em despertar do seu sono esplêndido a nossa pátria-mãe sempre tão distraída e subtraída em sinistras transações”.

O nome da coluna é uma brincadeira com o prefácio (um resumo do conteúdo de um livro, exibindo exemplificações de capítulos e narrando o que está introduzido neles. Um prefácio eventualmente contém algumas impressões de terceiros sobre a obra.). É quase fácil descrever aquilo que tem qualidade, é quase fácil dizer que sem os livros eu não seria, não existiria e me deprimiria .Os livros me fizeram.