18 dezembro 2012

Para onde vamos?


                                                                  Antônio Gramsci



Não me convencerão de que um partido socialista pode abandonar seu programa para construir alianças a torto e à direita ,com qualquer  agremiação que represente interesses da classe dominante.

Não!A reinvenção do socialismo do século XXI não passa pelo abandono dos princípios que norteiam a ética socialista,a independência de classe e a geração da consciência  dos explorados e humildes.

O PSOL,ou uma parte dele, precisa repensar suas atuações.Um programa não pode ser violentado ao primeiro aventureiro com o espaço na mídia ou densidade eleitoral.A mudança que desejamos não pode esquecer que o projeto socialista depende de lisura nos atos,pois ainda falamos para poucos,mais somos ouvidos, e que não somos somente um espectro,somos a alternativa real ao descabido e absurdo capitalismo.

A nossa utopia não pode se tornar algo confuso aos que necessitam crer em um paraíso construído por todos,com a força da consciência de cada trabalhador e marginalizado.

Não!Se o PSOL realmente quiser ser essa ferramenta de transformação,não poderá ceder aos encantos da sereia institucional,à institucionalidade pura e simples que leva ao governo,mas não leva ao poder.Precisamos pensar nisso,a chegada ao governo não leva necessariamente a chegada ao poder.E se a hegemonia deve ser construída em todos os espaços, sem a doença infantil do esquerdismo,também não poderá se realizar sem que a História esteja nas mãos,balizando os erros do passado,comprometendo as massas,atualmente amorfas,para o destino inexorável da sociedade sem explorados e exploradores.

Um partido se constrói como alternativa de fato a partir de um programa claro,sem malabarismos e justificativas toscas de atuação meramente parlamentar.Kaustky foi enterrado.A frente de esquerda deve ser um dos horizontes a ser construído,pois não queremos a liberdade e diversidade no socialismo?Submeter o partido aos interesses de setores dominantes,por mais progressistas que sejam,só irá apontar o futuro para o que estamos vendo acontecer com o PT.Se virem apoios do lado de lá ,que venham com todo prazer,mas sem que o programa seja rebaixado,sem que nos deixem de cócoras,acreditando que seja possível mudanças substanciais  e verdadeiras sem que sejamos honestos com a pureza de nossa utopia.

Queremos um partido de massas que vá além dos guetos.Ou qual será a diferença entre um partido de quadros e um partido de quadros parlamentares?Nenhuma aliança com os setores burgueses,nem tática,nem estratégica.Eles estão superados  pelo menos por 300 anos e buscam sua sobrevivência anulando a força dos movimentos sociais ,suas reivindicações imediatas e suas utopias.

O caminho já foi posto pela vitoriosa campanha de Freixo.Sigamos sem abandonar o que queremos,sem deixar de percebermos os ritmos de entendimento das maiorias ,mas sem as ilusões de que a democracia liberal e parlamentar é o fim.Ela pode ser nossa,desde que saibamos conduzir  e pavimentar os caminhos,tendo sempre em mente o socialismo,sem gosmas autoritárias.Socialismo e liberdade,mas não a liberdade do fazer o que bem entender,sem que estejam norteadas nossas ações pelo programa partidário.A liberdade estará presente em todas as ações que desamarrem as correntes políticas,econômicas e culturais.Superado camaradas,é o capitalismo.

16 dezembro 2012

Dormir com Suassuna para acordar edificado.





Eu quero minha cultura no solo nordestino.Quero ser "Chicó" e "João Grilo" para ser universal e imortal.Quero minha língua roçando a língua de Suassuna.

Jorremos o Barroco e o Simbolismo de Ariano para sermos realmente modernos.Fica entre a caricatura aristocrata e a cultura popular,mas somos sugados pela indústria de massa gagá.

Bom,"ao redor do abismo tudo é beira" e estamos prestes a sucumbir ao poço."Precisamos nos enxergar" ou se não,"aceitem meus pêsames."

Armorial,do piso da crônica popular ao original erudito brasileiro,da raiz nobre aos frutos da unidade na diversidade.

Se não fossemos bonecos manipulados do circo do entretenimento,seriamos mamulengos,autênticos artistas da expressão mais leal da cara popular,do circo da originalidade.

Nas câmeras do jogo do Sport de Recife eu vi o artista popular puindo suas vestes "nobres" na arquibancada das torcidas,e aí pensei,quem são estes que circulam suas lindas faces se apresentando como artistas em seus limites caricaturais?

Osculemos a riqueza do povo pelas mãos do Ariano,na mais pura alegoria do universo popular.

Viva o autêntico rebento das raízes, viva a juventude e eternidade de Ariano Suassuna!



08 dezembro 2012

Tire suas mãos de mim,eu não pertenço a você!MANIFESTO DE REPÚDIO À DIMINUIÇÃO DAS CARGAS HORÁRIAS DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NO RJ.




Campanha dos meios de comunicação contra as disciplinas de Filosofia e Sociologia no ensino médio vem encontrando eco em vários governos conservadores deste país.
No RJ o governo Cabral com seu já costumeiro asco à democracia anuncia redução ,pelo segundo ano seguido,da carga horária destas disciplinas na rede estadual do RJ.

Segue este governo corrupto e subserviente às vontades dos grandes proprietários com atos que dão  orgulho as forças conservadoras que seguem em ofensiva na política e educação de seus planos de manutenção da ordem política e social para que possam se manter o maior tempo possível no poder.

Todas as forças políticas que se apropriam do poder institucional buscam sempre como medidas principais tornar a educação a imagem e semelhança do seu projeto político-ideológico.

A educação do RJ agoniza há tempos sob o comando de um secretário de educação que tem como objetivos principais, forjar números para fugir da situação humilhante que o estado do RJ que se encontra, em penúltimo lugar no Brasil no ranking de qualidade e economizar recursos no que ele chama de gastos em educação.Comparativamente ao PIB do estado,os professores do RJ tem uma das piores remunerações do mundo.

Em seu segundo mandato como governador,envolto em inúmeras acusações de corrupção , má utilização do dinheiro público e priorização de grandes obras em detrimento da saúde e da educação,Cabral tenta mais uma vez desferir seu ódio a todas as organizações que condenam seus atos em favor dos poderosos e da manutenção do “Status Quo” reinante.

O governo de Cabral fechou cinquenta escolas noturnas no RJ,leva a frente seu ato inescrupuloso de derrubar museu e escola para a construção de um estacionamento(emblema maior de seu governo),não cumpriu as promessas aos professores em sua primeira campanha de valorização dos profissionais da educação,segue em seu projeto de destruição da escola pública para permitir sua privatização que agora atende por novos nomes como,”parceria público-privada”.

Nada de bom a esperar de um governo que entra para História deste estado como o maior algoz da educação e da saúde,que pratica implacável perseguição e criminalização dos movimentos sociais e do funcionalismo público,que é o que atende diretamente aqueles que mais precisam,dos que mais necessitam de que o poder público cumpra seu dever de atendimento dos direitos básicos e fundamentais nas áreas essenciais da saúde e educação.

Nós educadores do estado do rio de janeiro repudiamos o ato do governador Cabral de diminuição frequente da carga horária das disciplinas de Filosofia e Sociologia,que buscam dentro da escola a projeção da consciência e cidadania plena de estudantes e o necessário projeto de “desnaturalização” e “estranhamento” de um mundo em profunda imersão  do pensamento,para que nos tornemos  livres das correntes autoritárias,que favoreça o florescimento de uma sociedade justa,sem discriminações e sem violência.