O neoliberalismo inventou a
Democracia sem Estado, onde as responsabilidades deste são unicamente a de
promover programas de integração ao mercado ou financiar os poderosos em suas
quedas de lucros, que eles alardeiam dizendo viver em crise para que o Estado,o dinheiro
público, salve o Capital. Será a morte da Cidadania? Ou a submissão deste valor
ao monstro-mercado ? Hoje ser cidadão ,passa por tão somente se tornar
consumidor,reclamante veemente de seus direitos,enquanto consumidor.
Os direitos que cada um de
nós gozamos nos dias de hoje não foram conseguidos em processos eleitorais viciados,
mas com a organização e luta de muitos que deram a vida para que as gerações de
hoje pudessem, de posse de direitos políticos,conquistar mais direitos sociais.
Mas estamos perdendo-os, direitos sociais, trabalhistas,estamos perdendo a luta
pela preservação do meio ambiente,etc.Estamos perdendo.E em troca nos "permitem" a conquista
de direitos específicos,de gênero ou de raça,de ações afirmativas,todos muito
importantes,mas fomentando um véu que encobre as verdadeiras raízes das mazelas
sociais seculares que este sistema nos oferece em espetáculo.A fome é uma
realidade para metade da população mundial(dados da própria ONU).
Os processos de reestruturação
produtiva dizimam postos de trabalho e rebaixam salários. A globalização
econômica não é para nós trabalhadores,nem para os filhos destes,nem para
3bilhões de pessoas que estão alheios à festa dos recordes de PIB sem
distribuição de renda.
No Brasil a cidadania
resiste,em movimentos sociais que existem,apesar do controle e cooptação do
Estado,apesar do encobrimento das ações por parte da mídia,sócia majoritária do
sistema.
Alguns,massacrados pela
grande jornada de trabalho,e pela tonteira da ausência de instituições
políticas que catalisem seus engasgos,suas reivindicações,ainda denunciam pela
redes sociais o sistema que como dizia o mestre Paulo Freire,"produzem a
fartura na miséria" e concentram em suas mãos as riquezas produzidas pela
maioria.
As redes sociais se configuram
como espaço privilegiado,odiado pelos poderosos que tentam regulá-la,mas lhes
carecem um programa que substitua o que prevalece,lhes faltam lideranças que
lhes conduzam à emancipação desta ordem,falta a instituição partido que no passado conduzia os desejos populares.
Esta ordem social não prevê
futuro à humanidade,não promete futuro à existência do planeta.Não,não nesta
ordem,não é este o caminho.
Como diziam os antigos
lutadores,ou superamos o Capital,ou sucumbiremos à barbárie.