17 abril 2011

REFORMA AGRÁRIA OU BARBÁRIE!



O massacre de Eldorado dos Carajás em 17 de abril de 1996 é um símbolo dos conflitos de terra no Brasil.Símbolo de uma reforma agrária que ainda não foi feita,pelos comprometimentos dos governos com os latifúndios ou agro-negócios.

"Passados 13 anos do massacre no Pará, permanecem soltos os 155 policiais que mataram 19 trabalhadores rurais, deixaram centenas de feridos e 69 mutilados. Entre os 144 incriminados, apenas dois foram condenados depois de três conturbados julgamentos: o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira. Ambos aguardam em liberdade a análise do recurso da sentença, que está sob avaliação da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).Fica aqui a lembrança pelo aniversário do ocorrido e a esperança de que seja feita justiça."

Existem hoje aproximadamente 4 milhões de famílias sem terra no Brasil,um dos poucos países que não fizeram reforma agrária,que é a divisão de terras,assentando brasileiros que produzirão alimentos mais baratos,pois não estarão atrelados ao modelo agroexportador e monocultor. Todo apoio às lutas dos trabalhadores rurais sem-terra!


15 abril 2011

LIXO (ou A arte de me lixar pra vida do planeta).


A corrida espacial, característica do período da guerra fria, fez com que agências espaciais de USA e URSS projetassem em grande velocidade elementos eletrônicos para atender às demandas da concorrência espacial. Mais do que nunca, esta corrida era fundamental para propagandear a excelência do sistema.

A NASA então descobre que boa parte de suas descobertas serviria ao mercado, a internet é uma delas,e a descoberta mais importante seria a vida curta dos objetos e tecnologias inventadas.Este processo ficou conhecido como “obsolescência programada” e “obsolescência planejada”.

Desde então o mercado se lambuza com os altos lucros com cada vez menos custos, aliados ao espaço conquistado pela tecnologia sobre os postos de trabalho. Estava pronta a receita para a expansão global do Capital.
O resultado é a obsolescência absurdamente rápida dos produtos consumidos nos dias de hoje, graças a pouca durabilidade e principalmente, um elemento advindo da cultura de massa, a moda.
Mesmo que o produto dure mais tempo, a moda é capaz de enterrar em definitivo a vida útil de produtos ainda em funcionamento.

O fenômeno da descartabilidade do produto em busca de outros que atendam as expectativas de maior tecnologia ou potência é o mais cruel dos elementos da Globalização econômica.
O Status da posse de um produto recém lançado é o maior incentivo para trocar um produto por um mais novo.

Empresas de tecnologia nem precisam se preocupar em que os produtos quebrem com rapidez.Basta que se criem novos softwares(programas) que não se adaptem aos “velhos” hardwares,para decretar o enterro das máquinas.

Todo este planejamento do Capital faz surgir um problema crucial que é o lixo produzido.Sem a devida importância dada a este problema,o planeta é incapaz de absorver com a mesma velocidade com que se descarta,tanto quanto a velocidade com que se retira do meio ambiente a matéria prima para se produzir a partir das demandas colocadas pela moda,pelas obsolescências planejadas e programadas.

A capacidade de adaptação e manipulação do Capital e seu aliado imediato,os meios de comunicação, é grande.Aí inventaram a expressão “Desenvolvimento sustentável”.Retirar matérias primas da natureza  de forma sustentável passou a ser a palavra de ordem dos defensores do sistema e até mesmo de forças progressistas reformistas.  

Há uma incompatibilidade entre “desenvolvimento sustentável” e a expropriação do planeta na escala em que se verifica.

A cultura do consumismo é construída desde a infância pelos meios de comunicação.Existem pesquisas que demonstram que se tenta através da propaganda ,através da erotização da infância,diminuir a infância para que se alcance a adolescência com maior velocidade,visto que, é a faixa de consumo maior na vida de um ser humano,faixa de idade que atende mais facilmente aos apelos do consumismo.Da mesma forma,a programação das televisões sem qualidade(de qualidade rasteira) tendem a “emburrecer” os telespectadores que por conta disso, sem perspectivas culturais interessantes se debruçam sobre o consumo como forma de esvaziar frustrações e permitir o status recorrente da competitividade, onde eu me apresento ao mundo como alguém bem sucedido a partir das coisas que posso adquirir. 

A obsolescência do SER é o problema maior em um sistema da descartabilidade dos produtos. A pós-modernidade ao mesmo tempo nos apresenta o hedonismo, prazer máximo em mínimo tempo, e o abandono do passado e do futuro para decretar o deus-prazer da sociedade do espetáculo.As vitrines de Shopping Center se tornaram o altar das novas orações.

O SER é determinado pelo TER, e o ser também pode ser descartado. Posso matar com a legitimidade da sociedade aquele que impede que goze do prazer de usufruir da minha mercadoria. Quanto vale a vida? Depende de quanto vale a propriedade que  perdi. Quanto  vale o conforto que o descartável me proporciona? A continuidade da vida do planeta que agoniza neste processo.

A saída seria o estímulo à educação que busque a construção de novos valores, alternativos aos valores do grande Capital que desconstrói nossa morada e nossa existência. O apelo à cultura e ao conhecimento como valor universal colocará novas perspectivas para existência humana.

O lixo do Capital é o maior problema da humanidade. Ao se tornar a lixeira do universo, o planeta terra pede socorro.