31 julho 2010

Latifúndio de cultura!


Gosta de samba? Bom sujeito você é. Clique no título desta postagem e escute tudo do que melhor há em um grandíssimo sítio,latifúndio de cultura,o único latifúndio que deveria existir, Samba de Raiz.net.

27 julho 2010

Mães de Acari.


Vinte anos depois da chacina conhecida pela luta das mães de 11 jovens assassinados,as "Mães de Acari", o processo está para ser encerrado sem a apuração dos culpados,e pior, sem se encontrar os corpos.
Segue a luta corajosa destas Mães,que mais do que lutarem por justiça pelo acontecido com seus filhos,se tornaram símbolo da luta por direitos humanos e pelo fim da impunidade de grupos de extermínio.

Estes grupos de extermínio,como eram comumente designados,hoje se escondem sob o nome de "milícias",poderosos grupos paramilitares que se organizam em comunidades onde o Estado brasileiro não participa com políticas públicas integradoras,políticas sociais que permitiriam à inúmeros jovens uma perspectiva de futuro,que não encontrando,acabam por serem "abraçados" pelo mundo do crime,também largamente praticado por pessoas que são sustentadas pela sociedade, utilizando-se das formas de organização dos quais fazem parte, a polícia militar.

A impunidade,que cresce com a política de segurança de criminalização da pobreza,no Rio de Janeiro que faz com que nossa polícia seja a que mais mata no mundo mesmo sendo representantes da lei e da ordem.Esta impunidade é fruto,dentre outras coisas,do regime militar instaurado no Brasil em 1964, que permitiu que o poder policial-militar estivesse acima das leis,do Estado de Direito.

Vinte anos depois,o que fazem os representantes políticos do Estado,até onde vai o seu cinismo governador?

As Mães de Acari(como ficaram conhecidas as mães dos 11 desaparecidos em 26 de julho de 1990) lutaram para provar que seus filhos não eram criminosos,uma luta moral para que o Estado e a sociedade pudessem aceitar a investigação da mesma forma que aceitam quando são,as vítimas,filhos da classe média.

Segundo pesquisa do sociólogo Fábio Araújo(UFRJ) as vítimas de hoje,tanto quanto há vinte anos,são homens, jovens, na faixa etária de 18 a 24 anos, e moradores de favelas. Os autores são policiais, milicianos ou traficantes. Há uma ideologia de que, no Brasil, bandido pode ser morto - analisa Araújo, que entrevistou 22 famílias de desaparecidos para sua tese, entre elas, mães dos jovens de Acari e também de oito sumidos de Vigário Geral em 2005. 

Conheça a história destas mães através do livro "Mães de Acari,uma história de protagonismo social" do jornalista Carlos Nobre ou  no Google books(link no título) ,parte do livro,que também relata parte da história de minha militância na luta pelos direitos humanos.