O
psicanalista, escritor e anarquista Roberto Freire disse certa vez que a vida não
faz sentido.O que tem importância é o amor.É este sentimento que se contrapõe à
morte e não a vida em si,vazia de aspiração e de sentido.
Horácio
Quiroga em seu livro "Contos de amor, de loucura e de morte” constrói narrativas que inspiram a ansiedade de
se seguir até o final do texto,suspendendo a respiração de quem o lê.
Os
três elementos,amor,loucura e morte se misturam a todo momento em cada conto.A
irracionalidade e a dor são o núcleo do amor,da loucura e da morte.
Não
há explicação filosófica que permita precisão na explicação de cada um.Em cada
conto,quando o eixo é um,os outros dois perambulam em uma conexão que leva os
outros juntos.
A
loucura,como ausência da incorporação do indivíduo das regras morais e sociais
é o fio condutor do amor que se transborda em dor.Na loucura e no amor,a morte
é fronteira e limite que ameaça a existência.
Vale
a pena passear por esse clássico,que envolve as dores que os homens carregam
durante a vida:amor,loucura e morte.São os limites impostos em tempos de
racionalidade -ou irracionalidade- ,elementos que encantam um mundo em
desencanto com as escolhas que fez.
Este
livro de Quiroga é um fantástico passeio pela alma e dor humana,onde,como diz o
próprio autor,cada personagem é "carregado pela mão" até o seu
destino com muita tensão,e junto com eles,uma prosa perfeita carregada da amargura humana e de
um valor estético irrepreensível.