27 julho 2010

Mães de Acari.


Vinte anos depois da chacina conhecida pela luta das mães de 11 jovens assassinados,as "Mães de Acari", o processo está para ser encerrado sem a apuração dos culpados,e pior, sem se encontrar os corpos.
Segue a luta corajosa destas Mães,que mais do que lutarem por justiça pelo acontecido com seus filhos,se tornaram símbolo da luta por direitos humanos e pelo fim da impunidade de grupos de extermínio.

Estes grupos de extermínio,como eram comumente designados,hoje se escondem sob o nome de "milícias",poderosos grupos paramilitares que se organizam em comunidades onde o Estado brasileiro não participa com políticas públicas integradoras,políticas sociais que permitiriam à inúmeros jovens uma perspectiva de futuro,que não encontrando,acabam por serem "abraçados" pelo mundo do crime,também largamente praticado por pessoas que são sustentadas pela sociedade, utilizando-se das formas de organização dos quais fazem parte, a polícia militar.

A impunidade,que cresce com a política de segurança de criminalização da pobreza,no Rio de Janeiro que faz com que nossa polícia seja a que mais mata no mundo mesmo sendo representantes da lei e da ordem.Esta impunidade é fruto,dentre outras coisas,do regime militar instaurado no Brasil em 1964, que permitiu que o poder policial-militar estivesse acima das leis,do Estado de Direito.

Vinte anos depois,o que fazem os representantes políticos do Estado,até onde vai o seu cinismo governador?

As Mães de Acari(como ficaram conhecidas as mães dos 11 desaparecidos em 26 de julho de 1990) lutaram para provar que seus filhos não eram criminosos,uma luta moral para que o Estado e a sociedade pudessem aceitar a investigação da mesma forma que aceitam quando são,as vítimas,filhos da classe média.

Segundo pesquisa do sociólogo Fábio Araújo(UFRJ) as vítimas de hoje,tanto quanto há vinte anos,são homens, jovens, na faixa etária de 18 a 24 anos, e moradores de favelas. Os autores são policiais, milicianos ou traficantes. Há uma ideologia de que, no Brasil, bandido pode ser morto - analisa Araújo, que entrevistou 22 famílias de desaparecidos para sua tese, entre elas, mães dos jovens de Acari e também de oito sumidos de Vigário Geral em 2005. 

Conheça a história destas mães através do livro "Mães de Acari,uma história de protagonismo social" do jornalista Carlos Nobre ou  no Google books(link no título) ,parte do livro,que também relata parte da história de minha militância na luta pelos direitos humanos.



8 comentários:

Anônimo disse...

Mulheres de fibra meu caro!
Luciana Martins

Fatima Silva Bertolucci disse...

Não conhecia esta história não.Voce é o estagiário de direito descrito no livro?
abração pra vc,tenho saudades de suas aulas e da sua alegria em sala de aula.

marco antônio disse...

Vou divulgar mestre! Bjo na ligia e abraço em vc.Marco antõnio.

Anônimo disse...

Bela matéria professor!

Anônimo disse...

Bom lembrar sobre o quanto é cínico este que nos governa.

Anônimo disse...

bem lembrado.

Anônimo disse...

Acari é uma chaga que lembrará o barbarismo dos nossos tempos.
Luis antonio mervara

Anônimo disse...

NOSSO AMOR, HOMENAGEM E IRMANDADE COM AS MÃES DE ACARI

SANTAS MÃES DE ACARI

Foi um sofrer profundo, constatado o desaparecimento.
Como fosse o Fim do mundo, com tudo em sofrimento.
Como sendo Crucificadas, não podendo mais prosseguir.
Mulheres na Vida Sacrificadas, Santas Mães de Acari.

Foi em 26 de Julho ocorrido, e em 1990 que foi o ano.
O Terror infame e desmedido, um manifesto desumano.
Pra sempre ficaram marcadas, com espinhos a lhes ferir.
Mulheres na Vida Sacrificadas, Santas Mães de Acari.

11 Inocentes executados, num ato de monstruosidade.
Friamente sacrificados, com ocultação na perversidade.
Jamais foram encontradas, fizeram com os corpos sumir
Mulheres na Vida Sacrificadas, Santas Mães de Acari.

Desses onze eliminados, sete eram menores de idade.
Não foram respeitados, foi crime contra a humanidade.
Penas que só serão aumentadas, pelo tanto do infligir.
Mulheres na Vida Sacrificadas, Santas Mães de Acari.

Jóias e dinheiro Pediram, em uma suposta negociação.
Com pobre nada conseguiram e não fizeram a libertação.
Oprimidas e desrespeitadas, e tendo de em frente seguir
Mulheres na Vida Sacrificadas, Santas Mães de Acari.

Só por uma Hora negociaram, e as mães implorando
Nunca mais que ligaram e sempre se ficou esperando
O Tempo todo ameaçadas, acuadas e sem poder fugir.
Mulheres na Vida Sacrificadas, Santas Mães de Acari.

As mães não se contentaram, buscaram em cada lugar
Jamais as buscas encerraram, pediram a Deus pra ajudar
No mais extremo penalizadas, e o suplicio a persistir.
Mulheres na Vida Sacrificadas, Santas Mães de Acari.

Uma gente empobrecida, mas com a sua fé e a sua luz.
De tudo na vida excluída e mesmo assim foi pra Cruz
Mãe Edméia foi assassinada, e todo mal não parou ai.
Mulheres na Vida Sacrificadas, Santas Mães de Acari.

Azuir Filho e Turmas: do Social da Unicamp e, de Amigos:
de Rocha Miranda, Rio, RJ e, de Mosqueiro, Belém, PA.

Poesia de Solidariedade as Mães de Acari que Igual as Mães e Avós Argentinas da Praça de Maio, esperam justiça e a devolução dos corpos dos Filhos para darem sepultamentos Cristãos e encerramento do caso de tanto sofrimento por perda dos filhos queridos, e a Omissão dos Poderes, por se tratar de pessoas Pobres.
As Mães de Acari tiveram seus 11 filhos seqüestrados com tentativa por uma hora de pagamento de resgate. As Mães pobres e humildes, imploraram pelos filhos que desapareceram. Devem de Ter sidos eliminados e terem os cadáveres ocultados, num suplício para as mães e toda a sociedade que assiste impotente diante da ferocidade e da desumanidade do crime. Foram indiciados cinco Policiais que foram soltos por Terem sido considerados sem provas. Participou a Anistia Internacional, UFF, Rede Contra Violência, com visibilidade na Mídia, e muita Gente e Entidades com muita solidariedade. Sempre houve uma analogia das Mães de Acari, com as Mães da Praça de Maio da Argentina, igualmente martirizadas pela Desumanidade de um Sistema Social violento e explorador que querem é dinheiro e Jóias. Ás Mães de Acari, nosso respeito e solidariedade. Na Luta Difícil, Mãe Vera Flores passa dessa para outra Melhor e, que os mansos sejam saciados de Justiça. Mulheres na Vida Sacrificadas, Santas Mães de Acari.

OS ONZE SEQÜESTRADOS (E SUAS IDADES À ÉPOCA):

Mães/filhos(as)

Marilene Lima e Souza ___________Rosana Souza Santos, 17 anos
Vera Lúcia Leite Flores___________Cristiane Souza Leite, 17 anos
Edméia da Silva Eusébio__________Luiz Henrique da Silva Euzébio, 16 anos
Teresa Souza Costa______________Luiz Carlos Vasconcelos de Deus, 32 anos
Ana Maria da Silva______________Hudson de Oliveira Silva, 16 anos
Joana Euzilar dos Santos _________Edson Souza Souza, 16 anos
Laudicena Oliveira do Nascimento__Antonio Carlos da Silva, 17 anos
Denise Vasconcelos ________________Hédio Oliveira do Nascimento, 30 anos
Ednéia Santos Cruz________________Moisés Santos Cruz, 26 anos
Maria das Graças do Nascimento ___Wallace Oliveira do Nascimento, 17 anos
Márcia da Silva __________________Viviane Rocha da Silva, 13 anos