11 março 2011

PIRATAS DO BRASIL!



Afoita para sustar a diminuição dos seus lucros,a indústria de discos e filmes do Brasil se utiliza há anos de pesquisas(atribuídas à UNICAMP) que apontariam altas taxas de desemprego e diminuição na arrecadação de impostos,graças a “pirataria”.

Acontece que estas supostas pesquisas não existem, desmentidas que foram pela universidade.
Segundo OGLOBO(11/03/2011),instituto contratado pela indústria aponta erros na publicidade das gravadoras,marcadamente ao associar a compra de produtos piratas à criminalidade.

Ainda segundo o instituto,o grande problema da preferência pelos produtos clonados está nos preços,incomparavelmente mais altos do que os que se praticam na Europa e EUA(que possuem poder aquisitivo maior).

Dentre todas as ações do Estado à serviço das gravadoras,está a forte repressão aos camelôs,que vendem seus similares,criminalizando-os,quando são apenas a ponta do iceberg e não a raiz do problema.

A repressão atende à cultura de perseguição aos trabalhadores livres,donde se pode relacionar alguns dos muitos eventos históricos,como exemplo, as campanhas “higienistas” do final do século XIX e início do século XX,passando pelo “Bota abaixo” de Pereira Passos,a perseguição aos sambistas na primeira parte do século XX,ao controle getulista aos enredos das escolas de samba do RJ,até os “choques de ordem ao povo e progresso aos ricos” do prefeito do RJ,dentre tantos fatos que poderiam aqui serem citados.

O que fica claro,é a incorporação dos valores fascistas persecutórios à manifesta-ações populares,reproduzidas historicamente pela consciência coletiva das elites brasileiras que legitimam as ações do Estado brasileiro,bem como em que qualquer área,à serviço dos interesses do grande Capital.

A vergonha da farsa das gravadoras serve de alerta e alardeio sobre a quem interessa  a grande maioria das ações do Estado:aos poderosos economicamente em detrimento da ausência deste mesmo Estado na promoção de postos de trabalho  e de educação formal.

Historicamente, os piratas eram estimulados pelo Estado britânico(tanto quanto os corsários) para o benefício da classe dominante inglesa.E o Estado brasileiro,à quais piratas está à serviço?

6 comentários:

Anônimo disse...

saudades das suas aulas wallace.Faz falta ouvi-lo sobre o que está acontecendo.Mais a fila anda e te vejo por aqui.Abraço de quem é teu fã de verdade.

Lucas Anderson

TROTSKISILVA disse...

Esta é uma questão que preocupa o Capital.Deslegitimando o modelo oficial de consumo,o desespero toma conta de quem sempre navegou por águas calmas de lucros abundantes.

Anônimo disse...

Muito bom mano!

FF disse...

Dassa, legal o tema, concordo contigo quando voce fala da subserviencia do Estado aos interesses do Capital. E voce frisou bem o quanto essa industria de cultura é suja, ao divulgar pesquisas falsas e manipular argumentos de empregos etc.
Eu so nao concordo com a apologia aos camelos. Tambem nao acho certo quem vende produto roubado. Roubado mesmo, nao estou falando de produtos apenas pirateados, estou falando de produtos roubados de caminhoes de transporte, depositos, lojas e as vezes ate mesmo de pessoas, como relogios, pecas de carro etc. Eu nao compro nada em camelo por isso, nao quero financiar todos estes crimes, alem de ser um desrespeito com o pequeno lojista serio que paga impostos.

FF disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Boa! Analisou mais rápido que todas as mídias... Acresenta aí pereira Passos, Lacerdas e Maias...
Beijo no irmão!
Fabíola Camargo.