O livro "Noel Rosa ,poeta da Vila, cronista do Brasil" destaca a vida rica em experiências de um dos mais talentosos expoentes da cultura popular deste país. Cultura popular massacrada pela indústria de massa nos dias de hoje.
O trabalho de Luís Ricardo Leitão biografa Noel e com ele o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX e por consequência, a consciência coletiva da nação.
O autor descreve a vida ,o amor ,a doença e as ricas relações com os "fundadores" do samba com maestria de quem conhece o contexto social da época, construindo por vezes, relações com as precárias manifestações culturais de hoje, massificadas pelos meios de comunicação, que ignoram as raízes e a própria existência de uma cultura original.
Luiz Ricardo denuncia de forma elegante e sútil (como atribui ao próprio Noel) o mundo em processo de submersão de valores genuínos. A crônica social é clara ao revelar a vida do mestre do samba e expressa às origens das relações socioculturais dos dias de hoje.
A luta incessante e desfavorável entre memória e esquecimento tem neste livro elemento primordial no prosseguimento da luta contra hegemônica da consciência da história contra a escuridão das trevas do esquecimento de quem somos, do que nos fez, e do que nos faz produzir um dos maiores legados culturais para a humanidade: o samba.
Nas palavras do autor: “Noel, talvez não soubesse, mas ao cantar esse Brasil de tanga... terminou por aquecer eternamente o coração de todos que sonham em despertar do seu sono esplêndido a nossa pátria-mãe sempre tão distraída e subtraída em sinistras transações”.
O nome da coluna é uma brincadeira com o prefácio (um resumo do conteúdo de um livro, exibindo exemplificações de capítulos e narrando o que está introduzido neles. Um prefácio eventualmente contém algumas impressões de terceiros sobre a obra.). É quase fácil descrever aquilo que tem qualidade, é quase fácil dizer que sem os livros eu não seria, não existiria e me deprimiria .Os livros me fizeram.
2 comentários:
Boa nova!
Ótimo!Vou procurar...Vale ler também sobre a Bografia de Noel, o autor João Máximo.
beijo,
Fabíola Camargo
Postar um comentário