02 março 2020

Além de radical político(nunca sectário)também pratico religiosidade. Mas entre os tais prevalece a cegueira política. O dogma conforta as dores,mas não as elimina. A insegurança dos "tempos líquidos" alimenta preconceitos. No desespero dos mares revoltos,as massas doloridas se agarram em antigas e enferrujadas âncoras como se o passado e seus resultados ruins fossem mais seguros,suas éticas deterioradas soam como ancoradouros que esvaziariam riscos e frustrações. Os Homens fazem suas próprias histórias,e é verdade que não a fazem como querem,dizia o velho e atual Marx,nada mais referencial contra uma cultura capitalista frágil e efêmera que prevalece hoje. O indivíduo não existe,somos o resultado do esforço criativo do coletivo,e também não existe a liberdade e a "minha opinião", isso nada mais é do que a interação histórica,assim nos tornamos seres humanos. A ilusão da existência do indivíduo autônomo é uma das mais fortes ideologias, capazes de freiar a ruptura com o modelo de sociedade carcomida e mesquinha. Nenhuma palavra é tão atual quanto "Revolução", ato histórico coletivo e transformador que desfaz as amarras e correntes do individualismo que aparta,separa e produz sofrimento humano. O "não soltar a mão do outro" é uma das insígnas mais importantes para o este momento,significa que reconheço no outro a diferença que falta em mim,e aí vamos nos fazendo diariamente,produzimos rupturas,avançando e descartando em movimento permanente de acertos e erros,dialeticamente purgando-nos de correntes que nos fazem cordeiros da lógica do capital que quantifica e sacraliza prazeres temporários e nos afunda no consumismo afastando o espírito de solidariedade.

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