Os olhos são a janela da alma,mas os sentidos enganam.Quantos somos os que olhamos mas não vemos.Este blog tem o objetivo de olhar o mundo com "outros olhos".O mundo comandado pelos olhos do poder não pode se sobrepor ao olhar dos humildes e daqueles que não se contentam com o olhar superficial das marionetes do sistema capitalista que hasteiam véus à frente dos olhos de todos.
25 março 2012
"1984." Geoge Orwell
24 março 2012
Papa sem papas na língua em visita a Ilha que incomoda poderosos.
Então o Papa visita a "Ilha" e parece estar com problemas cognitivos.
Defende a liberdade,que não defendia quando era da juventude nazista,ou a liberdade dos tempos em que exercia o papel de inquisidor, e diz que o sistema onde não há moradores de rua,analfabetismo,fome e mortalidade infantil,referência em saúde pública mundial e com 70% de aprovação pela população cubana (isto tudo com bloqueio econômico covarde praticado pelos EUA) não serve para o mundo.
O que serve é o sistema que condena 3 bilhões à fome.O que serve é o sistema onde graça a concentração de renda, ou o genocídio causado na África pela dominação imperialista européia e estadunidense.
Ou o que prevalece nas américas,festejada pelo Capital, onde 200 milhões vivem na miséria?Ou no país modelo do Capital,onde 30 milhões vivem com menos de 1 dólar por dia?
Para onde foi o exemplo do cristianismo primitivo com base na justiça social,na simplicidade,na alteridade e na abnegação?
04 fevereiro 2012
Educação no Rio de Janeiro:Reino das sombras.
Mais um ano letivo se inicia na rede estadual do Rio de Janeiro, e quem pensa que vou dizer que os mesmos problemas se repetem certamente não se surpreenderá em ouvir que o caos se aprofunda.
Cinquenta escolas fechadas,salas de aulas abarrotadas,perda de direitos históricos adquiridos por professores,falta de educadores em números assustadores,diminuição de carga horária em disciplinas,falta de funcionários(boa parte das escolas não possuem sequer um funcionário em suas secretarias),perseguição à líderes de base da categoria,professores em situação de disponibilidade em grande quantidade,visto terem perdido suas escolas que foram fechadas,diminuição do número de turmas, e o velho tema do pior salário do Brasil.Esperamos inclusive, a manipulação de dados por parte da secretaria de educação, para que de forma artificial,se "retire" o RJ da incômoda posição de penúltima colocação no ranking de qualidade (IDEB),em uma manobra política de fazer corar de vergonha o velho Maquiavel.
Quem conhece a "Alegoria da Caverna" do filósofo Platão,entenderá quando digo que o governador Cabral quer manter a população na escuridão do fundo da caverna,no "Reino das sombras",evitando que os mais pobres tenham acesso ao "mundo das ideias" enterrados nas sombras do senso comum da exclusão e ausência completa de cidadania.
Podemos até especular,e não é absurda a minha afirmação,de que o objetivo estratégico do governo é a privatização das escolas públicas do estado,embora já vejamos que no varejo,isso já esteja acontecendo quando se desmosta a rede pública de educação.
Cabral,o "Senhor da escuridão", ficará na História e na memória da população carioca,como aquele que veio para destruir sonhos de inclusão, trabalho e dignidade para muitos.
02 fevereiro 2012
"Dividocracia " Documentário sobre a crise grega.
"Os principais atores do documentário (cerca de 200 pessoas) assinam um
pedido de criação de uma comissão internacional de auditoria, que teria
por missão especificar os motivos da acumulação da dívida soberana e
condenar os responsáveis. No caso vertente, a Grécia tem direito a
recusar o reembolso da sua "dívida injustificada", ou seja, da dívida
criada através de atos de corrupção contra o interesse da sociedade.
"Debtocracy"
é uma ação política. Apresenta um ponto de vista sobre a análise dos
acontecimentos que arrastaram a Grécia para uma situação preocupante. As
opiniões vão todas no mesmo sentido, sem contraponto. Foi essa a opção
dos autores, que apresentam a sua maneira de ver as coisas, logo nos
primeiros minutos: "Em cerca de 40 anos, dois partidos, três famílias
políticas e alguns grandes patrões levaram a Grécia à falência. Deixaram
de pagar aos cidadãos para salvar os credores".
Os "cúmplices" da falência perderam o direito à palavra.
Os
autores do documentário não dão a palavra àqueles que consideram
"cúmplices" da falência. Os primeiros-ministros e ministros das Finanças
gregos dos últimos dez anos são apresentados como elos de uma cadeia de
cúmplices que arrastaram o país para o abismo.
O diretor-geral
do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que se apresentou aos gregos como o
médico do país, é comparado ao ditador Georges Papadopoulos
[primeiro-ministro sob o regime dos coronéis, de 1967 a 1974]. O
paralelo é estabelecido com uma facilidade notável desde o início do
documentário mas não é dado ao personagem relevante (DSK) o direito a
usar da palavra.
À pergunta "Porque não fazer intervir as pessoas
apontadas a dedo", um dos autores, Kateina Kitidi, responde que se
trata de "uma pergunta que deve ser feita a muitos órgãos de comunicação
que, nos últimos tempos, difundem permanentemente um único ponto de
vista sobre a situação. Nós consideramos que estamos a apresentar uma
abordagem diferente, que faz falta há muito tempo". O público garante a
independência do filme.
Para o seu colega Aris Hatzistefanou, o
que conta é a independência do documentário. "Não tínhamos outra
hipótese", explica. "Para evitar as limitações quanto ao conteúdo do
filme, que as empresas [de produção], as instituições ou os partidos
teriam imposto, apelámos ao público para garantir as despesas de
produção. Portanto, o documentário pertence aos nossos 'produtores
associados', que fizeram donativos na Internet e é por isso que não há
problemas de direitos. De qualquer modo, o nosso objetivo é difundi-lo o
mais amplamente possível."
O documentário utiliza os exemplos do
Equador e da Argentina para suportar o argumento segundo o qual o
relatório de uma comissão de auditoria pode ser utilizado como
instrumento de negociação, para eliminar uma parte da dívida e do
congelamento dos salários e pensões de reforma.
"Tentamos pegar
em exemplos de países como a Argentina e o Equador, que disseram não ao
FMI e aos credores estrangeiros que, ainda que parcialmente, puseram de
joelhos os cidadãos. Para tal, falámos com as pessoas que realizaram uma
auditoria no Equador e provaram que uma grande parte da dívida era
ilegal", acrescenta Katerina Kitidi. Contudo, "Debtocracy" evita
sublinhar algumas diferenças de peso e evidentes entre o Equador e a
Grécia. Entre elas, o facto de o Equador ter petróleo."
Fonte original do vídeo:
19 dezembro 2011
Pré-fácil 2: "Os subterrâneos da liberdade."
Esta trilogia maravilhosa
influenciou a minha visão de mundo quando a li na adolescência. Dividido em
"Ásperos tempos" , "Agonia da noite" e "Luz no
Túnel" , fala de parte da História do Brasil que expressa a espada feroz
da ditadura do Estado Novo.
É um romance que te deixa sem ar
pela narrativa, diálogos e o romantismo de abnegados militantes do antigo PCB
na luta contra a repressão cruel do governo de Getúlio Vargas. Alguns críticos
com mau humor, ou não tão bem intencionados ideologicamente, falam que os
personagens são ingênuos, mas quem um dia não acreditou em uma utopia social e
vive mergulhado no mundo do consumo e das banalidades nunca vai entender.
Muitos personagens bem construídos ao longo de
centenas de páginas em aventuras fascinantes na luta pela liberdade e por uma
sociedade mais justa.
Leituras errôneas, como a
demonização dos trotskistas e o endeusamento de Stalin, fazem parte do
imaginário militante de uma época onde a informação não circulava facilmente
como nos dias de hoje.
A mais importante mensagem para os dias de
hoje é a da abnegação e a disponibilidade ao outro, algo que sucumbiu diante do
individualismo e competitividade
espalhados pelo ideário neoliberal que se vive nos dias de hoje.
09 dezembro 2011
Esperando o sol, esperando o trem ...,esperando um filho prá esperar também...Até quando esperar?
Importante momento vivemos no
RJ,simbólico,dizem alguns,outros mais exultantes falam em erradicação da venda
de drogas.Muitos "especialistas" em segurança pública falam,ou
alertam,sobre a necessidade de ocupação do espaço público das mãos do "Estado
paralelo" e por fim, o "restabelecimento" do monopólio do uso da
força física por parte do Estado,definição clássica do Estado contratualista.
Pois então vejamos. É óbvio que a
abolição da venda ilegal de drogas interessa muito àqueles que são oprimidos
por sua violência, responsável por abreviar vidas de um verdadeiro exército de
jovens carentes e sem perspectivas, abandonadas pelo Estado, e que se sentem
pertencidos a grupos, obtendo o respeito de suas comunidades pelo poder que
acabam por exercer graças a ascensão econômica ou ao status de poder. Claro que
a juventude de classe média merece não ser destruída pelo consumo das drogas
que encurtam a vida e a consciência de si no mundo.
Por conta de quanto se tem falado
sobre a necessária ocupação social que deveria vir após a ocupação dos órgãos
de repressão é que me chama a atenção para a antiga promessa, e que desse
caráter de promessa não nos livramos.
Pois então meu caro,que até aqui
teve a paciência de me ler,eu pergunto:Em que momento governantes investiram
seriamente em programas sociais,políticas públicas de saúde,saneamento e
educação em áreas não deflagradas pelos conflitos?Ao ouvirmos declarações dos
representantes políticos sobre suas ações futuras pós-upps,me vem à cabeça imediatamente o
descaso de Cabral e Paes com a educação e com a saúde,onde os funcionários
públicos,aqueles que atendem prioritariamente os mais necessitados,são tratados
com salários aviltantes,fazendo com que tenham cargas de trabalho gigantescas
para obter o mínimo necessário.Será que o senhor Cabral quer agora nos fazer
acreditar que fará o que nunca fez?Será mesmo que acreditaremos mais uma vez na
ladainha de que se trata de um processo e que os abandonos das questões sociais
são de longa data e não existem recursos para satisfazer as demandas sociais?
Carecemos de um
verdadeiro choque de vergonha na cara. O cinismo é a maior qualidade destes que
nos governam, onde todas as vezes que há investimentos sociais que não podem
esperar,por conta até da própria governabilidade,tem que ser secundário diante
da emergência de se beneficiar o Capital e promover "caixas 2".
Portanto senhores cidadãos,
a você me refiro diretamente: cairão mais uma vez nesta arapuca?Quantos
moradores de áreas livres do tráfico conhecem saúde e educação pública de
qualidade?Quantos moradores da baixada ou zona oeste conhecem água tratada da
CEDAE?
Quanto à propalada
ocupação ,o espetáculo circense em torno da ocupação da Rocinha,sem dúvida
esconderá por algum tempo a omissão do governo com relação às milícias e seus
recentes episódios de desestabilização das instituições jurídico-políticos
democráticas.
Que venha a Paz,de
onde quer que venha,será muito agraciada,mas a pacificação que desejamos passa
necessariamente por investimentos sociais, que só virão quando houver uma
verdadeira inversão de prioridades,e lógico, pelo fim do cinismo de quem nos
governa.
29 outubro 2011
"Manifestación".Diálogo com o quadro de Antonio Berni (1934).
Somos multidões no desamparo.Perspectivas de dignidade não é expressão que se possa dizer que o caminho do sistema ofereça.
Multidões com seus olhos lustrados de dor se acotovelam pelas migalhas que sobrem das mesas abastadas. Olhares com raiva, ”pois a raiva é coisa do homem, a fome é coisa do homem”, olhares de busca pela esperança ao céu se dirigem.
Em momentos angustiantes de fome e desespero é melhor seguir o ascetismo, o abandono deste mundo que lhe tratou como mais um número nas estatísticas do desolamento. Às margens da festa somos multidões de gritos engolidos. Em planeta com tamanha abundância não é o destino nem os céus que nos condenaram a não participação como protagonistas neste cenário de inversão de prioridades.
Transformaram em selva o contrato social que não assinei, mas não foi a genética nem a falta do esforço que me condenaram. Os atrozes leões financeiros nos engolem como cana de açúcar esmagada para o caldo. E somos tragados e digeridos pela máquina que nos desconsidera, como quem não valha à pena existir.
Haja Luz! Procurarei no templo explicações que não obtenho para tanta irracionalidade e/ou acreditarei na minha força para romper o círculo vicioso dos horrores por ser ignorado. O trabalho faz parte das minhas preces, minha luta com os meus me libertará das argolas de ferro que envolvem meu pescoço, meu estômago e nossa consciência.
05 outubro 2011
Não me diga que não faremos o dia que está sendo construído!
Não me diga que não faremos o dia que está sendo construído.
E chegaremos então ao tempo em que lamentaremos termos feito parte do tempo onde o silêncio do falso consenso predomina.
Suas armas contêm silenciadores poderosos, no entanto há de chegar o dia em que o simulacro da existência que você criou, desabará como um frágil castelo de cartas marcadas. Marcadas pela dor dos que não participam da tua abundância, do calor que abriga poucos e da saciedade que nunca vem.
Nunca diga que irá me silenciar, pois arcarei a vida de rebeldes trombetas permanentes da denúncia da farsa que você é. A vigília permanente que faço do teu caráter é alimentada permanentemente pela dor que forjas todos os dias na humanidade.
Que o meu cansaço seja amenizado pelo manto de esperança que aquele da cruz semeou. E não me diga que não faremos o dia que está sendo construído, por que eu então andarei sobre tuas palavras em minhas solas, espremendo-as até impingir a tua retirada deste cenário de autômatos e então, ter o desvelo com quem sofreu com tuas mandíbulas malcheirosas de tártaro-financeiro.
Não me diga que não faremos o dia que está sendo construído.
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