Com todo respeito aos atletas olímpicos e ao príncipio unificador e solidário do esporte, não posso entender a postura do mundo e do governo brasileiro com relação à ditadura stalinista-burocrática chinesa.E não se trata "somente" do direito de autodeterminação dos povos,no caso do Tibete,direito básico e universal daqueles que defendem a democracia liberal, cada vez mais Liberal(economicamente) e menos democrática.
A dominação sobre o Tibete remonta à dinastia mongol dos Yuan (1279-1368) e desde então, passando sob a dominação européia e após a Revolução Cultural liderada por Mao Tse Tung, este povo e várias outras etnías são tolhidos do seu direito de autodeterminação.
A questão da autonomia das nações sempre foi polêmica no seio dos movimentos socialistas, notadamente a partir da "Questão da Georgia" após a Revolução Russa de 1917.Negava a burocracia soviética stalinista o direito de autonomia política das nações.
Mas é preciso dizer que a questão das manifestações de Lhasa este ano, apesar de sensibilizar o mundo, não podem esconder outras questões, como a perseguição impiedosa que sofrem os opositores da ditadura chinesa( há a especulação de que mais de 30 milhões de pessoas estejam presas por este motivo), o trabalho semi-escravo e a pobreza de milhões das periferías da China, não beneficiadas pelos lucros e crescimento econômico da economia de mercado chinesa.O povo chinês sofre com a manipulação dos meios de comunicação oficial e todo o tipo de manifestação contrária ao governo monolítico se transforma em respaldo para a manutenção da ordem social.
A burocracia chinesa pratica sobre povos o receituário imperialista comum aos blocos capitalistas. Nações africanas sofrem com as intervenções políticas dos EUA, das nações européias e também da China.Veja que não trato aqui simplesmente da defesa do estabelecimento de uma Democracia Liberal, a qual está provada no mundo ocidental , o quanto se constitui em farsa.Tão pouco penso como alguns, que o modelo chinês seria uma alternativa ao "império" estadunidense.
O modelo chinês hoje é o da defesa do sistema capitalista e todos os seu princípios, com o apoio(e até euforia) irrestrito dos capitalistas e seus organismos internacionais, inclusive dos mandatários dos EUA.Não é possivel, em nome da estabilidade financeira do grande Capital, ignorarmos a opressão sofrida pelo povo e pelos movimentos sociais chineses.Inclusive do Brasil, em nome da "sagrada" relação comercial, estabelecida na última década pelo menos.As manifestações de boicote às olimpíadas são tímidas e deveriam ir além do Tibete.
Muitos recordes olímpicos serão batidos, inclusive os de opressão ao trabalhador e perseguição àqueles que se opõem à mais cruel ditadura burocrática que se esconde atrás do nome socialismo, reforçado pelo ocidente, com o objetivo de se jogar na lama as experiências de luta dos trabalhadores por igualdade social.
Leia também "O florescer da Primavera do Tibete" em
http://diplo.uol.com.br/2008-04,a2329
6 comentários:
Beleza! Mas qual a alternativa?
Ninguém vai boicotar.
George
É wallace, a luta é difícil, mas este é o momento para desgastar esta ditadura.
Daniel Costa Sampaio de Araujo:
Se todos os países do mundo simplesmente se recusassem a mandar seus atletas já seria um começo, porém a China sabe se isso acontecer ela terá sérios problemas financeiras, por conta de contratos assinados para as olimpíadas e o pós jogos. Podemos esperar um acordo com os budistas antes do inicio dos jogos. A china precisa disso para provar que seu governo é alto suficiente e mostrar sua capacidade esportiva como governo "comunista" como CUBA.
Dassa,
A luta pelo socialismo n�o pode nem deve ser confundida com a opress�o stalinista. O destino socialista da humanidade vive, ainda que agonizando, na sinceridade de quem fala, escreve, pensa e age sobre o princ�pio do justo, fraterno e igualit�rio.
Abra�os, Rooseveltt.
maravilha meu irmão!
um beijo, Fabíola
Pq os socialistas são sempre divididos? Aonde vcs querem chegar?
Os capitalistas são unidos.Eu num estou entendendo nada
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