21 outubro 2009

Estado do Rio: Estado de calamidade.




A afirmação do secretário de segurança do estado do Rio de Janeiro de que o problema do tráfico de drogas é um problema de Estado e não do Estado do Rio, alertando sobre a omissão do governo Lula quanto à segurança pública é uma afirmação que não deixa de estar correta. No entanto, a afirmação é o atestado de falência da “política de segurança “ de Cabral. Seria muito chamar uma política de enfrentamento de política de segurança. É óbvio e até retórico afirmar, que o elemento fundamental de combate à violência passa necessariamente por políticas de inclusão social. Inclusão social não se faz com assistencialismo. Dados oficiais, e a História nos mostra isso, apontam para a necessidade de combate às desigualdades sociais, e isso se faz com uma política séria de investimentos e boa gestão na área de educação. A cada ano no banco escolar, segundo o IBGE, há um aumento de 17% na renda do cidadão.
O sociólogo  Durkheim  afirmava que a melhor forma de incorporação dos valores sociais é através da educação formal. Se esta não funciona temos como resultado a Anomia  , desordem e ausência de coesão social.
O governo Cabral não tem uma política de segurança pública, exatamente porque não tem uma política educacional.  Não há nenhuma discussão sobre qualidade na educação que passe ao largo da questão salarial. Esta afirmação não é minha, mas do grande educador Paulo Freire, reconhecido no mundo e em todas as classes sociais como figura de proa na área da educação.
O vencimento de um educador do Estado do Rio de Janeiro é de 607 reais e chegará segundo Cabral, a 1088 reais em 2015, provavelmente equivalerá a menos de um salário mínimo.
A energia empregada para reprimir professores em manifestações pacíficas não é a mesma energia percebida em melhorar as condições de trabalho dos profissionais da educação. É bom que se diga, que o salário de um professor do Estado do Rio de janeiro é menor que o salário inicial oferecido pela COMLURB(empresa de limpeza pública), onde a exigência para o ingresso é de se ter o ensino fundamental. Arrisco-me em perguntar, quantos professores estariam prestando o concurso para a empresa de limpeza pública? Sem demérito para os eficientíssimos garis, pergunto mais uma vez, quanto vale um professor?  Há um quadro de Doutores e Mestres no concurso razoavelmente grande para receber um salário de Gari, segundo informações da própria empresa que cuida do concurso, para receber um salário de quase 700 reais.
Não vou aqui ficar falando de salários de policiais e médicos, igualmente indignos das profissões, mais afirmo que o governo Cabral não tem política de segurança pública, pois a repressão continuada só tem prejudicado às populações carentes das favelas cariocas, pois o tráfico continua forte em seus rendimentos, e tem se deslocado em direção à baixada fluminense, ou mesmo “faturando” em abundância nas “barbas” de Cabral.
O governador do Estado possui uma só política que funciona de forma efetiva, aquela que atende ao seu projeto pessoal de promoção de sua carreira.


4 comentários:

Anônimo disse...

Este governador é um fascista mesmo. Sou enfermeira do Estado e sei bem do que o professor está falando.

Pedro disse...

Na busca pelos autores do abate ao helicoptero da PM, que repercutiu no mundo todo, o governo do estado foi à Penha atrás dos traficantes que cutucaram a onça com vara curta. Numa ação que durou dias e ainda não conseguiu prender os foragidos, um saldo de 28 INOCENTES mortos. Até quando a televisão vai esconder as atrocidades? Até quando a população favelada vai resistir calada? Quando é que se rebelarão e queimarão os próximos trens?! Abraçar a Lagoa pedindo paz é fácil depois que morre um estudante de classe média. Difícil é entender que quebrar as coisas, as vezes é a única forma de ser ouvido. A gota d'água, que está mais pra de sangue, do sofrimento diário do trabalhador brasileiro.

Um abraço querido professor,
Pedro Bras

Unknown disse...

Subir o morro com o caveirão com certeza não vai resolver o problema da violência no Rio de Janeiro.Sem dúvida nenhuma a educação formal eh uma maneira de se ensinar valores,valores estes q estamos perdendo a cada dia a passa.Agora, não adianta perguntar até quando a população favelada vai resistir calada, esse problema não é só das comunidades, é muito fácil falar, e o q fazemos para tentar mudar?Tratamos os problemas de fora,não nos colocamos dentro do problema, nossas práticas do dia-a-dia tem de mudar, ficar fazendo teoria eh facil.
Concordo com o campanheiro Pedro, as vzs temos q tomar decisões + duras, na verdade ''radicais'' no ponto de vista de alguns neh, mas sou a favor de um protesto + inteligente, que incomode!!!Abraços.

Daniel Araujo disse...

Realmente wallace, estamos vivendo em "estado de natureza" completo, parece que não fazemos parte do contrato social. Seria mais prático todos terem em mãos armas ou qualquer outra coisa pra se defender, por que esse estado anômico é cansativo e da medo.