06 julho 2006

Por uma escola habilidosa!


O francês T. Henry disse que os brasileiros são mais habilidosos, pois passam mais tempo durante a vida com a bola nos pés, enquanto ele, quando queria jogar bola ,sua mãe dizia que tinha que ir para escola. Como eu gostaria que Henrry-mascarado estivesse errado.

Nos últimos 15 anos houve um esforço para a abertura de mais vagas em escolas no Brasil, seguindo a orientação do Banco Mundial, que a partir da década de 90, sobre pressão das grandes coorporações, objetiva qualificar mão-de-obra por conta da grande velocidade dos avanços tecnológicos .

A verdade é que a escola que conhecemos, é uma escola com o mesmo perfil de 300 anos atrás, quando das revoluções burguesas, esta classe social objetivou formar as sociedades à sua imagem e semelhança, construindo valores caros ao liberalismo, como competitividade, acumulação de bens materiais, individualismo e etc. Vimos que este modelo escolar permitiu a façanha de desenvolver científica e tecnologicamente um mundo fascinante, no entanto, esta escola conteudista e cientificista não abriu espaço para construção de valores que impedissem a concentração de Capital, terra e renda, que negasse a mínima possibilidade de desenvolvimento do racismo, do machismo, da opressão dos mais fortes economicamente, da exclusão de metade da população mundial da possibilidade de acesso à água potável e saneamento básico e a todas as vergonhas que a humanidade conhece, graças aos meios de comunicação globalizado e ao dia-a-dia de trabalhadores espoliados pela ganância do grande Capital. Qualquer destas informações podem ser comprovadas com uma mera leitura dos dados da ONU, que ajudou à construir esta realidade que se apresenta.

Pecisamos de uma escola que, como dizia Paulo Freire , denuncie a "feiúra" do capitalismo , o próprio esgotamento deste sistema que se mostra incapaz de solucionar problemas fundamentais da humanidade, de uma escola que parta do ser humano e não dos princípios do Capital, que permita a igualdade de oportunidade de fato , e não só de direito.

Uma escola baseada simplesmente em conteúdos disciplinares, recortes de ciências naturais e sociais, não estará apta nunca para o desenvolvimento social, e sim permitirá mais e mais concentração de riquezas, pois ela será sempre um espaço privilegiado de formação de ovelhas obedientes tecnicamente qualificadas.

Que possamos um dia calar o T. Henrry, na bola e nos dados sociais, pois por enquanto , sofremos com uma escola de "obediência tática", e desejamos a formação de gerações que pensem estrategicamente.

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3 comentários:

Anônimo disse...

Excelente análise de conjuntura sobre o que T. Henry disse. O problema do que foi falado por ele é a razão inerente que trás a fala. Mas seu apontamento para o futuro, a clamor por uma escola altenativa ao desígnios do mercado nos fazem sonhar com um outro mundo e, sim, ele é possível.

All Gozz disse...

Belíssimo artigo! Governantes deveriam aprender como modificar a realidade tomando medidas corretas sem os gigantescos custos e sem a valorização dos educadores que são os verdadeiros condutores do processo.

Anônimo disse...

A escola é a saída para uma sociedade que se encontra há séculos em turbilhão de exclusão.Passou da hora dos governantes sairem do blá,blá,blá e apontarem uma solução para o setor que seja séria,poi do contrário perderemos ainda muitas gerações.

Carlos Celso fernandes